quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Quando a porca torce o rabo,

Quando a porca torce o rabo,
o porco espinha,
a paca se pinica,
o toco come quente.

A porca que se estrumbique pra fazer desse repique um samba de fim contente.

Quando a porca torce o rabo,
trêss tigres tristes comem seus três pratos de trigo torto,
em silêncio profundo.

A porca que dê seus pulos pra fazer dessa tormenta um bom copo de água benta.

Enquanto a porca torce o rabo,
el perro - sin rabo - chora sentido,
marcha soldado cabeça de papel
tropeça no ginete e vai direto pro quartel.

Sim, até Senhor Capitão,
espada na cinta,
chapéu na mão,
enamorado de Pombinha Brancaquestáfazendo,
aquele que cuspia no chão.

Todos se comovem com a coitada da porca de coração emotivo.

Quando a porca torce o rabo não se ouve um piu, um só ruído, não se vê um grão, nem se move uma só palha no vendaval de sertão.

A porca que se ajeite pra fazer deleite desse aleijão.

Ela que se arremate pra fazer fel azedo virar chocolate.

Uni duni tê, salamê minguê,
a porca torceu o rabo,
o escolhido foi você,
prepare a armadura e aqueça um caldo pra comer,
barriga alimentada deixa forte e faz crescer.

Quando a porca torce o rabo,
a coisa é pega pra capar,
não sobra quem conte a história,
nem quem fique pra ajudar.

A porca que se contorça pro seu rabo desentortar.




Enviado via iPhone

Nenhum comentário:

Postar um comentário