sábado, 31 de julho de 2010

Conselhos do meu amigo Hurso

Seja feliz hoje,
 diga o que te aflige, 
declare o que te encanta
use a roupa nova
e olhe a noite linda que mora lá fora.

Até quando vai brincar de cobra cega com a vida?


Aos 60, aos 80, aos 90.


Onde você deseja estar?
Aonde, com quem?
Sozinho?
Em que lugar?


Deseja carinho?
Deseja conforto?
Quer compartilhar?


Que corpo, que escopo?
Que quotidiano está a visar?


Amigos? Amores? Prazeres?


O que te faz continuar?



Quero uma vida de festa e conquista!

Expressar e esquecer
Viver e recordar
Sentender - sentir, entender
Experimentar
Corporalmamente amar
vivenciar
o cinzasilêncio pintar
encontros alegres buscar
caminhar
focar
explorar sem dispersar
conquistar
sentir
deitar
deleitar
sonhar
acordar
repetir
reformar
inovar
esgotar
renascer
con ti nu ar
atenuar
intensificar
ralar e rolar
trabalhar
trabalhar
trabalhar
batalha que dá prazer...

Sinceramente, cada dia que passa, viver me encanta mais!


Ana.

Procura-se




Voz provocante
Olhar que arrebate
Sorriso que encante
Mãos precisas, deslizantes
Palavras concisas 
Presença notável
Desejo constante


Procura-se um amor liberto e preponderante


O sentimento do mundo inteiro num só instante.


...Instantes de uma vida inteira num só sentimento...



Alvorada lunar

Ah, os pesares das entranhas lusitanas
brisa melancólica de vã saudade,
tal aquela, do não vivido.


Magnífica devastação,
corporalmamente latente,
latejante percepção de uma toada ausente.


Ah, alma livre,
quantos desencontros hão (ousarão)
até o confluir dos brancos versos de minha'alvorada?


São Paulo indo distante 
no horizonte da janela 
onde hoje estou.
(30/07/10)

Vontade

Alma leve
Corpo breve
Coração polido
...
Vontade de  voar
vontade de pousar
repousar
ousar
usar
ar
...
vontade de remar
   mariolar
amar o mar
amar o rio
amar o lar
a vadiar
adiar
ar
...
Alma leve
Corpo breve
Coração banido

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ao partir o sol nascia

ao chegar esmorecia




A olhares desatentos, os dias parecem iguais
mas cada dia é um ano inteiro - universo inexplorado
cada ver é um - infinito postado, prostrado, aí diante do seu nariz.


Cada dia que nasce novo, de novo me alegro
em saber cultivar amigos, cativar amor, aconchego, confiança
frutificar amizades infindas.




Para meus amigos de Londrina, uma vida ensolarada, amo vocês!


foto 1 - rodoviária de Londrina em 30/07/10

foto 2 - estação Vl. Matilde, São Paulo em 30/07/10

domingo, 25 de julho de 2010

Segundos depois do pouso do sol


Ela gorda e sorrateira
Parecendo pintura
Por trás dos galhos
nos espia


Lua cheia
Fim do dia
O vale repousa
Um sono iluminado


Enviado do meu iPhone, levando o blog pra passear, no descampado do vale, em Londrina, lado leste, hoje por volta da 18h20.

Assistindo o sol pousar sobre a mata.


No fio de tempo que leva o sol que traz a lua gorda
Com amigos amados no Vale, um parque inventado pelo povo londrinense.


Descampado do vale em Londrina, hoje, por volta de 18h.

sábado, 24 de julho de 2010

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O que me encanta na ponta da língua

Amigos
Banana banana banana...tá, beijo também, lógico, mas nem todos
Cachórros
Dinheiro$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$...eles estão chegando. :P
Encontros felizes, todos eles
Famílias 
Garapa (com limão)
Honestidade
Intolerância a Glúten (mentira né, mas tenho que me convencer) 
JoAninhas
Karma - ação e reação, só isso, sem pirar na palavra.
Literaturas
Músicas
Noites
Olhares
Poesias
Quartos
Risadas
Simplicidade (sexo também, lógico...é que nem sempre é bom, haha)
Teatralidades
Uaçaí - a palmeira do açaí
Vovós
Waffles com mel
Xadres
Yôga
Zacinta - é o gênero das plantas que dão flores!






... veja mais em www.seiseridiota.com.cu ...



Difícil é encontrar parâmetro pra esses saberes:

Saber amar,
saber cuidar,
saber ensinar,
saber ceder,
saber desapegar,
saber viver,
saber aproveitar...saber seja lá o que for...


o meu nunca será igual ao seu...


mas saber consentir, concordar, acordar, entender, harmonizar...é o que só podemos aprender juntos!

www.seiseridiota.com.cu

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Apartes sobre a pele e os encontros alegres

Toda a vida, a vida inteira está em mim, como a onda sonora que paira eternamente no espaço invisível.

Estive aqui pensando, será que ao tornar alegres nossos encontros, reais ou virtuais, a vida permanece em expansão dentro de nós? Nos alegres encontros sentimos na pele a reciprocidade, na pele, nos olhos e onde mais nos permitimos, neles o sentir-entender ecoa.

Sensações tais quais a de ler como que ouvindo, ver como tateando, lembrar como que vivendo, escutar quem te escreve ou quem te olha, ouvir os olhos, quando chegam a falar tão alto, que a pele responde, arrepia...acontece contigo? De pintar o cinzasilêncio com sonoroamarelosolar, rosamanhecendo por dias a fio, ao acordar?

Descobrimos o centro revelador do entendimento do sentir: a pele, onde as palavras viram sons, ou melhor, pura vibração, o entendimento no terreno das palavras não ditas, mas, nosso vocabulário é tão pequeno diante dessas questões, não acha? Irrisório eu diria.

Permitir-se experimentar sempre os encontros alegres, assim a gente consegue sentir-entender, manter a vida inteira explodindo, saltando de dentro, pra fora. Vivenciar cada boa experiência de senti-entender, sent'ender...é possível fazer isso, por toda a vida, a vida inteira...é desejável fazê-lo.

E refletindo, continuo, querendo tornar constantes encontros que incitam vida, procuro a congruência entre experimentar o novo, o extremamente novo, o desconhecido e manter o certo, o que já se sabe ser alegre, penso nesse ponto, no funcionamento das relações ditas abertas e nas pessoas. Encontros alegres são feitos de fatos, conteúdos, pessoas, daqui em diante refiro-me às pessoas.

Ainda que o já experimentado seja também novo a cada instante, pois novos são todos os instantes ditos presentes, a experiência sentendida é como um vestido tubinho, preto, básico, uma camiseta branca e um jeans, caem sempre bem e aceitam adereços exóticos, que renovam o que a principio nos parece monótono. Brincar com as pequenas e grandes vivências, com o “si”, desvenda novidades a nosso próprio respeito, renova o desejável em nós, essencialmente aos olhos dos que já experimentaram conosco alegres momentos.

O certo e a novidade, andando juntos, se fortalecem?

Talvez haja uma série de princípios, concordâncias e necessidade de pequenos reparos, para que de fato o novo e o habitual transitem um através do outro, a meu ver, nada que palavras sinceras, combinadas aos desejos fluentes da pele e do coração, ditas de modo honesto, respeitoso, palavras respiradas e aspiradas pela atenção de quem as ouve, trocas, ajustes, permissões, concessões, quebrar e refazer, relacionar.

Têm sido assim os pensamentos destes dias, no ensejo de provar diversos gostos, de leve, vez ou outra, quando acontecer de ser forte a atração, por razões quaisquer. No desejo de preservar a liberdade, nasce a vontade de encontrar um olhar que se permita mergulhar profundamente, e assim o faça em meus olhos, concordando que vez ou outra subiremos à margem para tomar ar, para renovar, o eu, o outro e potencializar o nós.

Sentender as coisas... as pessoas...a si...pode ser mais fácil, mais simples, sem neuras ou perversões, pois as pessoas são assim, cheias de sentimentos e necessidades, impulsos...longos caminhos a percorrer, tomados de flores, pedrinhas, alguns buracos, outros passantes, mãos que queremos acariciar e outras com que instintivamente desejamos estar sempre.

Os pensamentos continuam...dissonâncias, concordâncias...gostaria de saber os pensares de você que me leu até aqui...e quem não gostaria de fuçar os pensamentos alheios, não é?

__@__

Sobre um recente alegre encontro... “nosso caso” como foi dito...alegres sentenderes...também estive pensando...realmente, acontecem de ser sempre alegres nossos encontros...que bom...é mesmo lindo isso, né? Puxa...

Quando menina, li algo em uma propaganda, que me marcou para sempre...e desde então procuro lembrar:
“ a felicidade é tão simples que as crianças aprendem brincando”. Algo assim...virou um lema...para sempre essa menina estará na mulher que amadurece em mim.

Na encruzilhada, com hora marcada.

Estou na  estrada amarela, percorrendo num cometa minha vida inteira, encontrando várias de mim sussurradas ao longe por vozes conhecidas, revendo 'eu outras', através de olhos estrelados, encharcados de fluidas lembranças. Estou pousada no ponteiro de um relógio grande, em que as horas demoram mais a percorrer o dia, carregada por um punhado de sentimentos contorcidos.

Passo as noites a fiar com tecidos antigos, desmanchando os pontos mal contados, desvelando os contos encantados, revelando sentimentos engavetados. Passo os dias tentando preencher um rascunho de mim, me procurando a cada passo, traçando a lápis os riscos pretendidos, as escolhas impostas, as pretensas opções.

Ir pelo caminho de azeviche, contentar me com cores inventadas, com flores de pétalas contadas, com nunca mais imensidão da madrugada, com horizonte de janela, com idéia comprada, tempo de relógio, comida empacotada, ameaça velada, vida amarrotada, cama, mesa, banho e amor com hora marcada.

Vagar à fina flor de inventados dias, vibrar com cores de energia, com flores arredias, com infinito adentro, com o que a vista não alcança, com invenções ao léu, sol nascente, alimento colhido, abraço apertado, instante vivido, rosto corado, leito, refeição, alma lavada e amor acontecido no amanhecer de qualquer dia.

"O que você faria se só te restasse esse dia?"

Com qual opção você ficaria?


quarta-feira, 21 de julho de 2010

Para o Grego.








Um declaração de quem te sonha todos os dias, um presente que quero te dar há muito tempo, a expressão do eu sobre nós, sobre você, sobre um sentimento que não se cala, jamais...

Mesmo que eu viva outras tantas histórias de amor, que em todas elas eu seja feliz e serei, eu sei, porque alegria é minha condição. Mesmo sabendo que não te necessito pra continuar, pois vou tranquila, eu vôo e até sei me divertir. Mesmo que eu provoque outros tantos corações, que seja, e é sempre por acaso, sem querer acontece, tantos olhos estrelados me atravessam, me chamam e às vezes eu vou e vivo nesses olhos, me desfaço me refaço e continuo...

Ainda que eu possa me apaixonar quantas vezes eu quiser, possa fazer de conta e acreditar, ir sendo, como sou, acontecendo, revelar-me e transparecer, que é o que sei fazer, que eu possa olhar no fundo de todos os olhares, enveredar encantos, tirar o véu da cara da poesia, escrever sobre a boniteza do mundo, sorrir de verdade, com todos os dentes, possa flutuar mesmo sem te ter, muitas vezes mais. Ainda que quando você me encontre, um dia, eu esteja realmente feliz, te oferte um sorriso, um abraço apertado de amizade pura, que há também, mesmo que isso novamente aconteça, eu sempre me lembrarei do dia em que eu te plantei em mim.

Eu te falei e não foi em vão, sobre o coração me dizer que você, o menino de fogo, era encantado do mesmo encantamento que eu, tudo sempre foi diferente com você, desde aquela manhã, cheia de raios de sol, desde aquele dia de árvores cuspindo folhas, de vento gelado no rosto, de céu pálido diante do nosso colorido...de rodas de bicicletas e tecido xadrez, de um tímido e lento caminhar para as descobertas que juntos fizemos nos tempos de universidade, tempos de saudade. Desde aquele dia, primeiro em que te vi, não me pergunte por que, eu simplesmente soube, que ao seu lado e só assim, eu poderia existir eternamente.

Eu aprendi a ser mais leve com você, eu te tirei da minha estrada, mas não era a intenção, parece triste, e seria, mas não se preocupe comigo, apenas ouça o que digo, esta sou eu, meu menino, eu, que mesmo se tivesse o mundo inteiro aos pés e qualquer coisa imaginável ao alcance das mãos, ainda assim, te diria que é sempre com você que meu coração quer estar. Arrisco até a dizer que o amor é efêmero, é aos montes, é constante, o que eu sinto ou vejo ou sei ou penso, esse inexplicável leve, alegretriste, colorido, pálidovibrante, esse sobre você, que existe aqui dentro, não cabe em texto algum, nem cabia em mim, quando te abandonei.

Eu te escolhi, um dia, ainda quero te colher, te comer de colher, me lambuzar, quantas vezes quiser, sentir misturar sua pele com a minha, fazer um filho, pois só com você eu faria (lembra? isso sempre foi verdade), fazer um livro, pois em tudo que eu escrevo há esse homem de hoje, naquele menino, para o qual meus olhos brilharam, como nunca antes e como nunca mais. Só de você meu coração sempre sabe, ainda sem saber, de fato, sabe pelo vento, pela transmissão de um pensamento, pelo sonho, por um saber que não é desse mundo.


Contudo, não se preocupe mesmo comigo, apenas me ame, pra sempre e até nunca mais, pois quando você voltar, desse momento de eterno enquanto dure, quando você voltar, eu serei ainda essa, que aqui se declara. Quando você voltar, eu quero tentar fazer o “para sempre” existir, ainda que em outra dimensão...quando você voltar, o mundo inteiro vai sorrir, eu continuarei assim, como sou e você, assim como é, mas algo diferente vai acontecer, haverá novamente eu e você, um não sei quê, um sentimento no ar, que ninguém pode explicar...

Quando você voltar, vou olhar nos teus olhos e dizer que os meus, podem sempre vagar pelo infinito, mas meu coração encontrou seu lugar...junto a você. Quando você voltar... essa dor passa.




Feliz aniversário, um beijo intenso pelos velhos  tempo, por hoje e pelos amanhãs...Ana.




Ando escrevendo muito

As palavras se fazem sozinhas, elas me dominam, isso é um perigo. Se um dia eu desaparecer, me procure dentro de algum livro, certamente elas terão me amordaçado pra que eu pare um pouco de fazê-las trabalhar...inutilmente...


Ana Está Furiosa - Christine Nöstlinger/Ilustr. Azeite - S|M 2004)

A uma pessoa rara. Lesson one in a million - Um afago nas inquietações and life experience.




Listen and read eat.

Sem metáforas, é isto, é assim:
suponho vo mais perto de mim,
nem bem te conheço, mas sabes, enfim.

Sensações nem lascivas, nem subtis,
apetite subversivo de te tatear,
com força e devagar.


Dissonância das minhas vontades,
aliar-me à moda nunca foi variação de mim,
o desejo do teu é insubordinação do eu e fim.

Fim? Provocação intensa, 
subversão do submerso, inverso,
rebeldia e avidez, vacilo e insensível sensatez.

Contenho ou desvelo?
Suponho e revelo,
querer sem desespero. 

Te quero, mas não quero,
então deixo aconteSer,
vir, não vir, ver, não ver, muito prazer.

Todo bem querer, é sempre bem vindo,
bem vindo ao volátil universo,
não o da volúpia, mas o do desejo do desejar-te.

Sem metáforas, assim:
arbitrariamente, faminta,
liberta, intensa e afim.

Simples, assim
fome de ar,
de te respirar.



Decorridos anos

Os anos decorridos pelo ser, são, sim, passíveis de alto grau de respeito, mas as experiências diversas podem, ainda assim, transitar pelas relações, indiferentes ao tempo transcorrido, referentes à intensidade e profundidade dos fatos vividos, desde que a primeira colocação esteja sempre em prima relevância...tudo correrá bem.

Amém.

Sútra - cordão ou aforismo...ensinamentos cifrados em resumidíssimas palavras, somente inteligíveis para os iniciados naquela linha específica...

ascese

Deita os olhos no fixo além

Quando o mundo era mais arte do que mundo
Quando viver era o próprio ritual e o ritual nem era
Quando a expansão era a meta e o inconsciente sua estrada
Quando eu era outra e nem sabia, eu estava
Quando o desejo não tinha nome e só se saciava.

Deita os olhos no fixo além
Deita o corpo no parco, retém
Por ora, inspira profundo
Sente o mundo na pele,
faz do instante o  potente porvir.

Faz-se singular, a se distinguir
na consistente leveza se faz explodir
Jorra força, ocupa teu espaço,
constitui tua unidade, teu ser animal,
toma consistência e principia a ter os visos da verdade.

Toma corpo.

Toma a tua liberdade.

Toma, a tua liberdade.

Toma, brindemos!


O que realmente importa?

AR
Tente ficar sem.
Tente não trocar.

AR o cerne do relacionAR.

Você engole sempre o mesmo AR que me atravessa,
eu devoro o AR que te invade
e o mundo inteiro se esfrega por dentro
com o mesmo cuspe, a mesma saliva,
a química que compõe o vento,
no ato de manter a vida
no olfato todo ser
é tato.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Quando a lua sorri

eu sorrio de volta.

Limeira, 13 de julho de 1010

Para os amiguinhos do blog da Anica, com amor.

Um cafuné, um beijinho, uma flor
e pequeninas alegrias, aqui,ali, em todo lugar.










Você ainda não é amiguinho do blog da Anica?


Oh, céus! 

Ainda há tempo, aperta o botão "Seguiraí do ladinho direito 
e venha ganhar um carinho também.


segunda-feira, 19 de julho de 2010

Garota Paulistana

São Paulo me consome
São Paulo me devora
São Paulo entristece e apavora


São Paulo me deslumbra
me embrutece, me demora
São Paulo me rasga de dentro pra fora


Essa cidade me cuspiu do ventre
e toda vez quer me engolir de volta.


São Paulo me digere
São Paulo me encanta.


(Ana)






A estampa das calçadas de São Paulo foi criada em 1960...a artista...

Liberdade de escolha e não escolha

Uma pequena saudade melancólica tomará conta de mim, na próxima lua crescente, vontade de reviver certas coisas, ainda que por breve instante, na verdade, vontade de viver o "para sempre".

Dia de repensar, repassar, acertar arestas nesse ritual do amadurecer, crescer por dentro passeando pelo passado, constatando que não tem erro, que só o é, o que se coloca dentro da caixinha das moralidades tradicionalistas do mundo, o que tem é regra, acordo que a gente faz e pronto, se não fere ninguém, não é erro, se fere sem a mínima intenção, é acidente e se refaz.

Se todos temos arrependimento, um ao menos, acredito que tenhamos, todos...que seja pelo não feito, pelo 'irrealizado', eis o paradoxo perplexo das escolhas que fazemos, justamente por querer tudo, querendo engolir o mundo, arrepender-se do não realizado é quase uma obrigação, uma das imposições da liberdade de escolha...que é o paradoxo em si...

Neste próximo dia, de lua crescente, vou riscar uns dizeres de dentro de mim, vou expor, me expor, extrapolar, arriscando o que há, pois se assim não for, jamais saberei se o para sempre é possível...refazer o que nem bem fiz...uma nova descabida e necessária declaração...como numa bela história que o destino presenteia a alguns, acreditando sermos nós um desses sortudos escolhidos...aprendemos o que tivemos que aprender, inclusive que somos livres...às vezes desdissemos o destino e enfurecemos por ser tão breve...portanto, no dia próximo de lua crescente, serei extensa, intensa e ficarei vazia.

Preenchida da leveza que tais dizeres me concederão, assim estarei, com o arrependimento desfeito, pois farei nesse dia o que guardei num baú há poucos anos. Esse alguém que tão longe mora, vai me ouvir em pensamento...e vai mesmo ouvir, porque sempre foi assim, nos escutamos à distância, mesmo sem querer...ainda que tentemos fugir...o universo conspira e nos espera suspirando...assim como eu.

Pelo dia 22 de julho de 1982...que me trouxe você...pelo crescente desejo de te ter de volta...para sempre...não importa o que aconteça depois, mas deixar de dizer, não é mais escolha, é impossibilidade. 

Feliz aniversário...eu direi, e outras tantas coisas que não cabem mais em mim.