segunda-feira, 14 de novembro de 2011

D'onde nasce o sorriso?

Sorriso nasce
de palavra doce,
de retrato antigo.

Sorrateiro riso
de beijo maroto,
de ombro amigo.

No cantinho da boca
por coisa qualquer,
por coisinha pouca,

de uma flor que brotou no coração,
de uma nota, a mais serena da canção

Sorriso tolo.
Sorriso doido.
Sorriso vivo.

Nasce d'om din din dão
sorriZin, sorriZão
d'onde nasce um,
pode vir montão.

Da lembrança branda,
do amor intenso,
da dança,
da prosa,
d'um só movimento.

Surge na luz
some no vento.

Nasce sorriso de alegria de momento,

no brilho dos olhos
de um bem querer.


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sábado, 12 de novembro de 2011

Rua da intuição, sem número

A verdade mora depois da esquina do medo, na quadra do coração, de fronte à felicidade, muito além da razão. 






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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Trapezistas voadores

Adianto o relógio pro verão que nem começou,
no mercado me dou com uma pilha de panetones,
amanhã tem carnaval e,
domingo acordarei em 2017!




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Gaveta do Caio

Abro a gaveta
Abra-ca-da-bra

Corre um coelho branco
Voa uma pombinha branca
Cai uma estrela...dessas de fazer desejos.

Caio de encantamento,
De palavra em palavra,
de verso a reverso.

Vívida cor dada a cada ação,
atento, perspicaz, detalhado na emoção,

Aos poetas do cotidiano,
vida eterna,
aos olhares líricos,
aos dizeres rimados, 
crítico-poético-realísticos,

Viva!

Caio, bem vindo ao mundo dos desengavetadores de emoções!!!


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sábado, 8 de outubro de 2011

Faça chuva

Jorrando luzes na fresta dos meus olhos,
o sol se impõe sobre a manhã,
faça chuva, faz-se sempre, o sol.








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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Um viva às metáforas da vida!

O sueco Tomas Tranströmer foi o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2011. O anúncio foi feito às 13h (8h de Brasília) nesta quinta-feira (6) na sede da Academia Sueca em Estocolmo. Segundo a Academia, Tranströmer ganhou o prêmio "pois, através de suas imagens translúcidas e condensadas, ele nos dá um acesso fresco à realidade". Leia mais: <aqui>


POEMAS HAIKAI
Tomas Tranströmer
“Os fios elétricos
estendidos por onde o frio reina
Ao norte de toda a música
O sol branco
treina correndo solitário para
a montanha azul da morte.
Temos que viver
com a relva pequena
e o riso dos porões
Agora o sol se deita.
sombras se levantam gigantescas
Logo logo tudo é sombra.
As orquídeas.
Petroleiros passam deslizando.
É lua cheia.
Fortalezas medievais,
cidade desconhecida, esfinges frias,
arenas vazias.
As folhas cochicham:
Um javali está tocando órgão.
E os sinos batem.
e a noite se desloca
de leste para oeste
na velocidade da lua.
Duas libélulas
agarradas uma na outra
passam e se vão
Presença de Deus.
No túnel do canto do pássaro
uma porta fechada se abre.
Carvalhos e a lua.
Luz e imagem de estrelas silentes.
O mar gelado.”

(A tradução deste poema é de Marta Manhães de Andrade.)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cena real de um dia breve ou cena breve de um dia real

Personagens:

Mãe
Menina
Amigo invisível


Época: século XX, ano 1989.

Lugar: Topo de uma árvore de feijõezinhos não comestíveis. Diante da casa alta, no Alto do Mandaqui, São Paulo.

(Mãe sobre o peitoral da janela, Menina sobre a árvore da calçada)

- Pra casa, Menina, que o vento está gelado!

    - Ah, mãe, só mais um pouquinho...

-(suspiro) Venha que já se vai o sol, está tarde.

    - Mas mãe, ainda tem claridade...

- Está dito, se não vier, vou eu até aí e aiaiai!

...


Até que venha a mamãe, o tempo vai ao longe,
dura a brincadeira e o sol nunca se põe, vira lua sendo ainda sol.

...

- Nina! (esbraveja a mamãe querida)

    - Já vou mãe...

- Agora, venha!

    - Já estou indo, mãe...já...já...

...

Entre uma palavra e outra, um estar e outro, um vão de tempo largo em que a Menina via um mundo que só veêm os amigos invisíveis.
...
Entre um vão cotidiano e o lapso de realidade talhado na voz da mãe quando esbravejava, a Menina olhava um mundo só seu.

...

Telhados vermelho-terra
Terra vermelho-fogo
Fogo amarelo-sol

Folhas secas
outras quase

Vento do Sací
vozes de além-mar

Sol alaranjado no céu de algodão cinza,
cinzazulado apinhado de pontos de luzes de estrelas...

O céu quando tem estrelas é que não vai chover...isso dizia a mãe da mamãe da menina...que voltava a divagar esquecendo o vento, a noite, o sono, o ser...até o som do esbravejo vindo da janela, estremecer os sonhos e fazê-la escorregar tronco abaixo, empurrar o portão gasto-rabugento e adentrar a casa enquanto sumia de vista o amigo que só ela via...era hora de sonhar...dormindo...boa noite menina...


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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Rumando, que um dia serei.

Ir `a Roma remando, rugindo,
rumando ao castelo do rei,
rir ao vento, brincando
grunhindo, lembrando
do rumo da rima
da rua do ramo
da rama
da pena
do pato
do rio
do raio
poeta
que um dia serei.


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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

EntreTanto

Amanheço

dentes cerrados,
ossos doloridos,
corpo desmoronado,
EntreTanto,
a cor da vida me mantém em pé.

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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A arte in me.

A arte me comove
Me inflama
Me chove


Coração pulsando na boca,
vibrando na íris,

acendendo fogo nas águas do riacho manso,
soprando vendaval nas ventas do dragão mocho.



Revela alma em pedra,
faz da pedra, rocha,

transcende, fantasia.

Em realidade,

A arte me demove,
Me lambe,
Me conclui.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Eu voltei, voltei para ficar...

O dia na Chapada, na visita voada que fizemos à família do Pe há meses, deixou lembranças gordinhas, de nuvens fofas, sorvetes exóticos, feixes hipnóticos do sol na estrada, ar com perfume doce do pólen da mata, amor de mãe, de irmãos, de paidrastos, ares desses que renovam, ares de vontade de voltar...

Falando em voltar, andei sumida de mim, por uns dias, sabe quando entramos no momento caos? Aquele que acontece sempre antes de uma repaginada total, momento pré mudanças, dessas que de tão sutis e internas a gente demora a perceber, eu estive lá, mais uma vez!

Mas eu voltei, voltei para ficar (como canta o rei RoberSto CarSluis :P), voltei em versão 3.0, pronta pra outras tantas aventuras, poesias, amizades, viagens e notas de 500 euros (que além de ter um lilás lindo, eu duvido que a crise derrube).

Voltei pro blog e gosto do que vejo, enquanto eu me repaginava daqui, a Google repaginou  o Blogger de lá, estou gostando das mudanças, mais clean e mais rápido, aprovado!

Por hoje é isso, um pouco de uma pequena porção de coisas, que a gente desatina a contar quando fica tempo demais sem papear e uma memória de céu que será renovada em breve, na Chapada dos Guimarães...aguardem, eu e o Pe into the wild, in libertà, pequenas férias pra comemorar o sucesso do nosso primeiro ano de aventuras...sem facebook por uma semana, será que a gente aguenta? Duvido. rsrs...é só em Outubro, vamos  nos preparando!

até breve, amiguinhos.



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sábado, 17 de setembro de 2011

Inusitado

Um dia inusitado 
Como beijo roubado 
Presente inesperado 
Tatu bola no jardim 


Um beijo inusitado 
Como céu bem estrelado 
Abraço apertado 
Cheiro de jasmim 


Um alguém inusitado 
Como cena de cinema  
Estrelou no meu roteiro 
E ai de mim...


...Ai de mim...Ai de mim...


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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Dúvidas da infância: rascunho em 1ª pessoa

Pirulito que bate, bate
Pirulito que já bateu,

Lhe com sua
Te com tua

Quem gosta de mim é ele,
Quem gosta dele sou eu.




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terça-feira, 9 de agosto de 2011

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Das coisas que a Morte não mata

Quem nasceu primeiro,

a arte ou a loucura?
Saudade ou solidão?

O dentro ou o fora?
O ovo ou o pavão?

O pavão morre,
O Ovo, não.





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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Porque detestar chocolate não me faz a menor diferença, é, eu odeio chocolate...

...mas sorrir é comigo mesmo!

Amiguinhos do meu coração, sabem que a 'eu lírica' da Anica raríssimas vezes posta comentários sobre contextos alheios, mas esta  palestra fantástica compartilhada pelo Ale Martins no Blog do DeRose, me induziu à pura poesia...poesia sem palavras...que vos contagie assim como a mim...

Ron Gutman: O poder oculto do sorriso | Video on TED.com


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terça-feira, 19 de julho de 2011

Para o amor que um dia acontece...

Sensação que faz gelar os pés e as mãos, má circulação...suor frio, problemas com a pressão; um certo gelo na barriga, como na montanha russa, o coração medroso que dispara, atos insensatos e perda de juízo momentânea, insegurança, tremores, sintomas exaustivos, emotivos, tragicômicos...paixonite, deveras...riscos, exageros, grandes esforços, novelas, épicos lendários da paixão, provocadora de bons dramas adolescentes...tristezas profundas, paradoxos incoerentes, dúvidas colossais...paixão ensina a sentir dor, nos dá uma dose de alegria e meia de felicidade, acaba cedo, tão logo implode, perfeita tempestade...vicia, confunde, desorienta...com ela se amadurece ou nela se aposenta...

Amor?

Quem crescer verá...

...amor, é outra história...



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domingo, 17 de julho de 2011

Porquê a cidade não dorme? 

O motor do carro na esquina, 
o caminhão ruidoso, a buzina,
ônibus parando no farol.

Travesseiro, edredom, lençol...

Máquinas trabalhando em turno dobrado,
discussão solitária do embriagado,
portas, torneiras, descarga, elevador.

Ver as horas, beber água, abraçar o meu amor...

A sirene uivante de algum carro policial,
o disparo de um alarme comercial,
o grito de um bando adolescente,
a banda de um boteco decadente,
o clamor do gato descontente,
vigiando a lua cheia da vidraça transparente...

Papel e pena em punho, à luz de um pensamento:

...Ouço hoje os sons do mundo inteiro entrando pela janela...


sexta-feira, 15 de julho de 2011

Noite a mais.

Cada dia mais amor desabrocha em flor.
Cada dia uma cor nova, mais verso, mais trova.
Um broto a mais de alegria,
uma noite a mais...a cada dia.

Da janela lateral...13/07/2011 - lar doce lar.

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Infinito

Quanto mais razão, menos entendimento. 
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outra vez...


Quando a gente se sente pequeno demais, há que se cavar bem fundo, pra encontrar quase no centro do mundo, uma semente de palavras das belas, lilases, lavandas e amarelas, plantar frases inteiras de cores vibrantes, perfumadas em notas de alegria, inspirar com toda vontade que possa e preencher de bons ares todos os vazios que nos entristecem...trazer à vida nova nitidez... outra vez...outra vez...e outra vez...


domingo, 12 de junho de 2011

Jardim de entre.linhas

O que agrada aos olhos,

à boca, aos ouvidos, 
ao tato, ao olfato
e à sexta sensação, 

faz bem ao coração!






Jardim do nosso ap dos cactos, esta semana!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Para meu Shakta, Pedro Rangel.

Nenhum poema explica
todo sentimento que implica
construir a vida junto a ti.

Palavras não vestem emoção tão despida, tão inteira, tão soberanamente dona de si...nestes casos raros, os olhos dizem mais...mas os versos, continuam tentando...

...

Quando vejo um dia lindo,
meu coração se revela;
imagino-te sorrindo,
ao teu lado a vida é bela.

Com amor,

Sua shákti, Ana Rocha.



segunda-feira, 30 de maio de 2011

Duas manhãs de sal.dades...

Sal.dades hão para sempre,
como o mar,
no respiro das marés,
conturbar o navegar.

Sal.dades de palavras notívagas
Sal.dades vagas
Sal.dades antigas

Sal.dades não dos tempos,
não dos idos ou dos sentidos,
Sal.dades do outro amanhã, 

Pois é sabido...a manhã do amanhã, só nasce uma vez...






Sal.dades da outra manhã, que no vão das luas, engana o tempo e volta e meia se põe a nascer...








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terça-feira, 24 de maio de 2011

O menino verde ou coração no céu ou poesia de rua

O menino verde, malabarista do semáforo da rua do prédio onde moro, fez-me fixar os olhos à janelinha da sala de casa, em direção à sua mímica precisa, seu movimentar alegre e suas cinco bolinhas amarelas saltitando em meio à fumaça do cruzamento...mão céu mão céu...

Seu coração está em pedaços, um pedaço em cada bolinha, quando põe as bolinhas a voar, seu coração vai ao céu também, vê-se pelos pés, que quase não tocam o chão...


sexta-feira, 13 de maio de 2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sobre a vida em boa companhia ou carinho sonoro

Chegar em casa ao som de Bach, à meia luz...
sem palavras...toda ouvidos, imagens e suaves sensações...




Agora pouco, em casa, ao fim do dia longo de trabalho...suite nº3 - prelúdio.

sábado, 30 de abril de 2011

Quinta-essência ou florescência

A flora d'alma, quando aflora, 
encanta tanto que deflora 
pesadelos e ilusões. 

A flor acalma,
aflora versos,
aquieta corações. 

Flor, quinta-essência do amor,
forma sutil, liberta pela fenda das afeições. 

Flor em verso, flor em prosa,
flor em ato, flor em rosa. 

Substrato do Ser:
de fato, florescer. 

Tornar-se aquele em que repousam afeições,
florescência natural de eternas boas relações. 

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O monstro da lua morta bate à minha porta

A lua quarto crescente
me corta os pulsos
me arranca os dentes


a lua decrescente
desperta um monstro
dentro de mim.





quarta-feira, 27 de abril de 2011

Disparat ........e

Porque quando a gente pára o tempo dispara?



PS: Sim, é vero, pela nova ordem gramatical rescindi-se de acento as palavras paroxítonas que, tendo respectivamente vogal tônica aberta ou fechada, são homógrafas de palavras átonas proclíticas, entretanto, parar de distinguir pelo acento a forma da forma, o para do para, é ideia que em alguns pensamentos ainda não cabe...deve ser por motivo de antiguidade...alguns pensamentos, de antigos que são, estão ainda no campo das idéias com acento, são formas de velhas fôrmas que insistem em ainda expressar...

terça-feira, 22 de março de 2011

A lenda dos pássaros azuis.

Era uma vez uma gata que amava muito um gato que amava a mesma gatinha...descobriram um ao outro por acaso...

Os olhos do gato e da gatinha encantaram um ao outro por sobre um muro de quintal...hipnotizaram-se...

Não houve ali paixão desfigurada, como ocorre com a espécie humana, houve um encanto...souberam naquele exato instante que o movimento do mundo conduziria um ao outro.

Eis que o universo passou a vibrar de tal modo, que os pensamentos dos dois passaram a pousar nos mesmos lugares...iam para o mesmo ponto do mundo, por atração impensada...

Os ouvidos de um pediam o ronrronar do outro, o olfato desejava o cheiro exato, o tato procurava aquela macies...o paladar imaginava o gosto e as vistas novamente se alcançavam...

Um fluir natural e desapressado do tempo deste encontro a levou a dizer à ele, que o desejava em seus dias, em seus planos, em seus movimentos...

O mesmo compasso naturalmente o conduzia à ela...: - Escolhi estar com você, menina...(miou o gato sob um céu de inverno que os unia ainda mais)

...assim foram vivendo, juntos, mais felizes que tristes, mais harmoniosos que desafinados, mais encantados com um mundo onde um e outro co-existiam e admiravam-se mutuamente...

Começaram a entender como o amar acontecia...aprenderam juntos a fazê-lo acontecer...cresceram juntos e muitos anos depois, partiram juntos...

Mas dizem que até hoje é assim...1000 anos se passaram...eles viraram lindos pássaros azuis, voam juntos nas noites em que a tristeza assola um lugar qualquer...

Dizem que quando eles passam sobre o lugar, paira um silêncio...todo mundo suspira...

Por instantes as pessoas esquecem o que as abatiam e nesse atordoamento mágico sorriem por descuido...

...a alegria volta a brotar...

Conta a lenda, que quando eles passam, duas pessoa descobrem o amor, assim, por acaso...como quando por acaso, por vezes vemos pássaros azuis voando sobre nós...

Por vezes, vemos estrelas cadentes, luas cheias pertinho do horizonte, arco-íris inteiro...e amores que um dia pareceram impossíveis. 

Diz a lenda...que um dia eles foram gente...

segunda-feira, 21 de março de 2011

Boas vindas ao outono dos quintais...

Fresta embebida de luz;
frescor sedutor;
alva miragem;
pousada dos olhos meus.

Cintilante roubado
da estrela do dia do outro lado,
sobre molduras de vidas alheias,
en.canto à desilusão.

Fulgura branca, 'lebril',
coelho, cartola, relógio,
imaginação pueril,
ventos de março que trazem abril.

Crateras sombrias de porte tão vil,
violenta claralaranjada lua,
rasga-me o tato, aguça o olfato,
me.engole à visão.

Distinto feitio,
ardileza, folguedo, deleite juvenil,
de tanto intenso clarão,
eclipsa os habitantes do meu pensar.




































A lua pousada diante da janela de nossa casa. Campinas, 21/03/11, 20:00.

sábado, 5 de março de 2011

Vida à vista.

Vida espinhosa
Vista florescida

Vida
Vista
Revista
Floreira
Florista...visão futurista...

Vem aos olhos o que move o coração...


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

...cabeça nas nuvens...

Estivemos à altura das primeiras nuvens...que se mantiveram intocadas, protegidas pela imensidão do precipício prostrado diante de nós...companhias singulares, natureza estonteante, momento único...sensação familiar, coração aconchegado...mais um dia feliz.



Chapada dos Guimarães/MT, hoje à tarde.

Retrato em sílica sobre ferro. Série Corpo Alheio.

...da contemporaneidade...



quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Pensamento sobre arte I

...arte pra alguns é um jeito de fazer acontecer o que não cabe na vida...pra outros é um jeito de fazer a própria vida acontecer...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Espaço para chorar...

Tão preciso, quanto sorrir.




'










Precioso devir,


vazio,


a morada das lágrimas tristezinhas...






...

Obstáculos e super.açoes.

O dia frustrante, quando ocorre, nos leva a agir impulsivamente pela libertação dos compromissos que o tornaram assim, ruim. 
Os olhos se voltam para o umbigo , as ações atropelam amigos e amores,  quanto mais próxima a relação, maior o choque, não por desafeto, mas por desatenção. 
Ao querer retomar a satisfação, os olhos se fecham para o outro, impulsivamente. 
Há certa razão nestes modos, pois para reestabelecer, aprumar e retomar os trilhos, o cuidado de si deve mesmo ser intensificado.
Mas, o cuidado do outro, para tanto, não precisa ser abandonado, pode manter-se, pode inclusive, fazer parte do retorno à alegria, pela troca, pelo contágio, pelo carinho, que no calor da fúria de um dia ruim, acaba chamuscado.
Ampliar a consciência de si até o ponto de abarcar o outro, sem abandonar-se, sequer um tanto, cuidar-se incide também, em deixar-se ser cuidado...em manter os olhos, o coração e os braços abertos, para os companheiros de jornada.

Continuo caminhando por essa trilha, que já começa a virar estrada...largos horizontes...já não preciso caminhar só...


Boa noite, amiguinhos. 



segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A borboleta-pavão e a quietude

As borboletas sempre trazendo boas novas...

Fui viver o dia, viagem, trabalho, telefonemas, documentos, e-mails, cartório,  contrato, planejamentos, resoluções...viagem...calor, muito calor, gente, muita gente, barulho, trânsito...enfim, lar, doce...chuva, vento, temporal, vendaval, água minando janelas adentro, panos, toalhas, movimento...raios e escuridão, lição de casa da irmã, jantar da mamãe e da prima, conversas, alegrias, lembranças, um pouco mais de trabalho, internet, passagem, pagamento, planejamento...finda a chuvarada, volta o clarão...

Enfim, parte dois...lar, doce, lar...volto do dia vivido, ávida por bom descanso, eis, que para suave espanto, ainda alí estava ela, a borboleta-pavão, estaticamente pousada, pausada, como a deixei pela manhã...

Voou meu pensamento à quietude do alvorecer,  à solitude do silêncio do sol na estrada, a nascer, ao lento despertar em companhia de um sorriso largo e assonado, encrustado de bem querer... 

Antes de sair para viver o dia, registrei a exibição singela da borboleta-pavão, que veio morar comigo há uns dias, dois ou três, prostrou-se sobre a cama, abriu com desdém um pouco das asas, fez pose e recolheu-se...Assim a encontrei no fim do mesmo dia, recolhida em sua existência, maripousa, borboleta-pavão...  

Fiz menção de espanta-la de meu leito, ela fez gracejos,  fingiu que voaria, reexibiu suas cores, agora, sem vergonha alguma, aquietou-se, toda de asas abertas, como por provocação,  voou para perto, olhou-me, recolheu novamente as asas-penugens...aquietou...asas eretas, mente clara e coração tranquilo...

Aquietei também o tumultuoso dia que passou, senti o cheiro da cidade molhada, ouvi o vento refrescante chamando o sono pra junto de mim...hora do banho morno, da roupa leve, do lençol macio, do travesseiro fofo, da sutil saudade espalhar-se pela cama, metade vazia...dos bons sonhos...com futuras, breves, realizações...


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Reflexões diante de outros olhos, que não os do Espelho, meu amigo.

Espelho, Espelho meu, existe alguém que nunca se espante diante das tuas reflexões?...

Sabe, Espelho, não me convencem mais os teus apontamentos cruéis, os defeitos são aliados, companheirinho meu, mas insista, pois, que tuas ironias, me fazem enxergar mais distante, mais profundo, mais de mim.

Parece que os dias não passam para você, amigo...às vezes tão rude ou tão delicado, meu amigo Espelho, "de lua", como eu, teu brilho continua claro, teus reflexos declaradamente límpidos, a moldura, madeira forte, firme, apesar de opaca, vou dar um trato em você, querido, apesar de ter tentado distorcer minhas verdades, nos últimos dias, ainda te quero bem.

Depois de tantas mudanças, cá estamos, nosso momento de partir, ainda demora...lembra de nossa primeira mudança de cidade? Quando chegamos a Araras, penduramos você em meu quarto, eu com 8 anos, cabelos bemmmm longos, escova em punho e extensas conversas, diante de ti, com os amigos invisiveis que só você conheceu, estiveram sempre me ajudando a conquistar a feminilidade, a vaidade dosada e o carisma, que em criança eu custava a aceitar...bicho do mato, como diziam...

Agora, Espelhaco, já consigo me ver diante de ti, dentro dos meus próprios olhos, começo a compreender tuas verdades...tantos anos juntos, me viste pentear os cabelos, a sair do banho, escovar os dentes, aprumar as vestes, maquiar a face, apalpar a pele, brincar, rir, chorar, fazer amor...

Começam a me encantar as tuas verdades...pois são as verdades refletidas nos olhos...as verdades refletidas nas ações...são minhas, as tuas verdades, não é, amigo?

Começo a compreender...

Quando muda o meu olhar, muda o teu...Espelho...refletes o que vai dentro de mim, além do que vai fora, refletes aquilo que escolho enxergar, o reflexo de você em mim, são meus próprios devaneios...ah, amigo de tantos anos...refletes meu ego, meus sonhos e meus pesadelos...

Ainda bem que não és único a me refletir, tenho outros olhos a encarar os meus, a encantar os meus, quando meus olhos se encontram diante de outros, que não os teus (que são os meus), Espelho, o ego tende a se amansar, posso ouvir outras reflexões, as "nossas", não mais as minhas que se multiplicam e reforçam no seu refletir...

Me faz feliz ver em ti o reflexo do amadurecer, mas são os instantes em que tenho outros olhos diante dos meus, sussurrando diferentes verdades, são outros olhos fitando os meus, que me transformam em quem de fato sempre desejei ser...
Isso é um pouco da vida, Espelhinho... Encontros, desencontros, reencontros, reflexões e transformação continua...

Isso é um pouco de nós, meu querido...transformações continuas...A vida é isso, também...o espelho de nós...

Bom dia, amigo, até o fim do dia...vamos lá, viver, mais um dia feliz...um de cada vez...



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Cidade emoldurada ou lampejo

Olho a moldura da cidade,
da minh'alta janela, claridade,
a linha que termina o céu,
no espaço terrestre que a vista abrange,
horizonte, círculo máximo da esfera,
futuro, perspectiva, destino,
desatino, lampejo, prevejo:

além das histórias que vivi,
sou já, as que almejo. 

Limeira, a lua cheia e enevoada, 
vista da minha janela, neste instante.




Caça ao tesouro

Caçar versos nas histórias vividas é cavar o inconsciente...o eu adormecido acorda lírico...as lembranças aprendem a se fantasiar de poesia e, um belo dia, não precisam mais da pintura, passam a nascer versadas, coloridas, sonoras e encantadoras...


sábado, 15 de janeiro de 2011

Verso em movimento

Vez ou outra, quando leio meus versos, anseio silenciar,
sem piedade, revoltam-se as palavras, rebelam-se a dançar,
engolem pensamentos, desatinam poematizar.

Passo a passo
Verso a verso
Prosa a prosa

Gosto dos dias mudos,
Mas amo as noites de prosa e verso...

Contar o mundo com belas palavras é como escrever cartas de amor,
parece sempre piegas, mas o prazer é imensurável.



Para o blog-poeta Cauê:

www.prosaemmovimento.blogspot.com

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Frágil farfala

Borboletas amarelas 
Devolvem meu contentamento
Uma delas há pouco passou por mim
Mas hoje as tormentas pediam quinhentas 
Céu com nuvens desenhadas e feixes de sombra em luz
Por de um sol alaranjado na estrada 
Um bom pacote de gargalhada
Tabletes de prosa rosada
Água quente nos ombros
Respiração profunda
Pele enrugada de banho sem fim...

Farfala de contentamento, vôo com suavidade,
nas asas da borboleta, beleza e fragilidade. 


sábado, 8 de janeiro de 2011

Alagamento

Enquanto cai a chuva
a cidade esvazia,
diante do ser solidão
seu coração silencia.

Desaparecem os pássaros das copas,
as pessoas se apagam das praças,
a vida quase pausa,
enquanto o céu deságua sobre nós.


Limeira, praça Toledo Barros. A vista da minha janela, neste instante.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sentido - direção - sensação

Um sopro leve na nuca, num dia de calor intenso
Um cobertor suave, no frio inesperado da madrugada
Carícias no rosto cansado do dia, com a ponta dos dedos e alegre melodia

Encontrar alguém caminhando no mesmo sentido,
para além do horizonte comum, 
embarcar nas mesmas correntes de ar, 
voar...voar...voar...por entre outros, 
seres-espaços-diversos


Quando a noite vier, 
ao te reencontrar,
fixar nos meus olhos, teu olhar, 
sorrir, tatear, compartilhar o amadurecer

Engenhosos desejos, 
objetivos vibrantes,
fogo nas ventas,
movimento constante


Realizações a todo instante presentes,
a emergir do teu, do meu inconsciente,
pequenos-grandes sonhos segredados, 
transbordam rasgando verbos desvalidos

Contemplando nosso futuro traçado, comemoro cada relação vivida,
momento exato da vida, pra te conhecer, 
o que ficou de cada amor vivenciado, 
o que fica de cada olhar correspondido, 
beijos ou outras malícias quaisquer


o que permanece de outros amores em nós, 
nos torna ainda melhor...
juntos




sem pontos finais...





segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Tricôt de ano novo

Floripa, 02 de janeiro de 2011.

Um cão peludo contemplando o mar e o bem viver pairando no ar.


Abro alas a 2011 com desejos intensos de que você se relacione bem, consigo, com os outros(de quaisquer espécies), com o ambiente, com o ritmo natural do ser; que o tempo passe cativante e a ti desvende a essência do bem viver!

Desejo que os dias sejam alegres, as tristezas bem breves e os amores sem tamanho...

Que a sua profissão não te dê trabalho, seja ela, uma das vertentes do seu modo de levar a vida, como as diversões, os passa tempos, os estudos e as relações ... sejam todos os afazeres, fluentes da sua filosofia; desde já, costure as atividades com o novelo das afetividades...que cada ponto aumente um conto dos que têm final feliz!

Um ano de poéticas realizações...