quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Pegadas

As pegadas que a vida vai deixando em nós, são trilha para o centro do labirinto escuro dos versos não rimados, dos restos mal resolvidos do apressado viver. 

25/08/2013
Ana Rocha

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Silêncio Vala: quando a única opção é dizer adeus.


Há um silêncio raro nas feições de quem vai embora.

Silêncio prece, 
silêncio saudade, 
silêncio sem volta, 
silêncio santidade. 

Há um silêncio claro nas mãos de quem não mais está.

Silêncio contraste, 
silêncio cortante, 
silêncio presente, 
silêncio constante. 

Há um silêncio profundo nos olhos de quem ficou. 

Silêncio instável, 
silêncio comovente, 
silêncio notável, 
silêncio incoerente.

Há silêncio paradoxo no encontro entre a vida e a morte. 

Silêncio inquieto, 
silêncio fala, 
silêncio vento, 
silêncio vala. 

Há um silêncio no peito, no jeito, na cara, um descarado silêncio quando a única opção é dizer adeus.
 
Silêncio cura, 
silêncio entendimento, 
silêncio ternura, 
silêncio renascimento.


...



...Silencio...adeus, pessoas queridas, um brinde ao que de vocês viverá eternamente em mim. 

Aos que ficam, que o silêncio seja vosso amigo, que pouco a pouco traga nas boas lembranças, memórias vivas e vidas novas para os próximos dias. 


Homenagens:

À Família  Barganian - sogra amiga, educadora leoa, que me deixou de herança a bravura pra realizar o que cremos ser correto. 
À Famíla Taira - que me ensinou ao longe o amor fraterno, na briga ou na paz, na saúde ou na doença, na fé ou na descrença, família é ouro!

Com imenso carinho,
Ana Rocha

agosto de 2013.




Escreva-se

Descontraia, dance, faça música na estrada, a vida é curta demais pra viver acelerada.

Desacelere, veja as belezas, não só pela janela, desça do salto, caminhe descalço, pedale, mergulhe, vá livre e vá de mãos dadas, corra um pouco só pra sentir o vento, abra bem os olhos e o brilho do sol vai entrar sem pedir licença, vai chorar às vezes pra lavar as tristezas e um rio de lágrimas cristalinas vai lavar também sua alma, cada sorriso que brotar depois da grande tempestade, nascerá mais vivo e com mais vontade.

Cuida de si, seja doce com o outro, seja fera se for preciso, mas doce ainda assim, cuide da sua natureza, cultive verdes, rosas, lilases, acolhe a vida ao seu redor, alimente o mundo com seus dons, faça o que ama, diga o que ama, ama e aceita quando te dão amor, a vida é muito curta, use logo a roupa nova, ouça: a vida é muito ligeira pra esperar, faça acontecer. 

Toque sua música, construa sua história, a vida amanhece em branco, escreva-se.






Ana Rocha
22 de agosto de 2013

domingo, 4 de agosto de 2013

Reflexo pousado

Cidade
Oca
Fria 
Pausada
Silenciosa
Vazia

Cidade 
Rouca
Reflexo
Pousado
De alma
Sombria




Ana Rocha - 28/07/2013