segunda-feira, 31 de maio de 2010
SENDo
disperso
voa,
leve-me
esta prece-me,
a um deus
que me conceda,
sutilezalevevôo,
de ti
bola de sabão.
[2005]
Súbito
ave passageira-livre-ligeira,
escurececlareado enluarar.
envelhecido
maturado
imolado
quero devorar,
o gosto que tem você,
te inspirar, até amanhecer.
...
Rocha
transformando veios e formas
em movimento ondular.
Em camadas expõe-se à vista,
sem deixar de ser Rocha
tornar-se mar também.
Foi-se encanto.
cora na menina vermelho sem ardor
foi'se'n'canto a cotovia, a cantar o desabor.
Uma dor bem grande no peito
um dia explode e vira flor.
Vão os olhos serenando,
vem as horas capinando
e a vida brota mais amor.
(2006)
Mano velho
em Vôo
refrão
palavras-poemas
suspiros-quadrinhos
sorrisos-manuais
emoção-ilusão
contém-são
explosão
irmaozinho querido do meu coração.
rima
novo refrão:
o poeta maior é você.
(2007) Pro brodinho Dani Dani
Bola verde - InVADe
mais as canções de ninar
minhas bolinhas de gude
e as plumas que eu assoprar
soneca do meio da tarde
ver o sol se pôr e raiar
na viola um dedilhar
me invade de amar
só de olhar
só de olhar...
(2007) Pro Davi do meu coração.
FADO
uma rosa bem vermelha
vaga-lume de bunda acesa
ver a pipa caindo na telha
café do sítio em bule francês
cachecol xadrez
sorriso maroto num lorde inglês
alegria, insanidade e sensatez.
(18/04/2007) Para o amado amigo Fêfo Delábio
A.mar.é.
A.mar, amar.avilhar
amar.elas, amar.elos
amar.anto-planta de belas flores
amar.elinha-pulos e uma pedrinha
amar.ílis-a açucena
a mar.garida-cheia de vida
Muitas coisas tem amor,
muitas outras sei amar.
Amor.a da amor.eira
amar.avilhar-se-encher-se de admiração
Vou a mar.te-a.mor.ada do amor
um.a.mar.chinha a.mor.ar no coração
o pôr do sol amar.elado-é melado
a.mar.é cheia é pré.amar o amado
O mar está cheio de amor,
está todo encantado.
A.mar.ejar - encher-se de lágrimas
a.mar.olar no bater das ondas
velejando e pensando em ti.
(2008)
Nem eu mesma sei direito
como a lua cheia,
numa noite de verão.
Chuva me derrama ,
vida urbana profana,
encarnada de tentação.
Luzes tentando luzes,
queimando restos,
reles, restos, peles, restos.
Você em mim e só,
porque nunca está aqui ou ali,
em mim, e só.
Loucura, breves palavras,
soltas em oração,
presas numa canção.
Fuga, pra correr da solidão,
rumo à isso, rumo àquilo,
rindo à improvável solução.
(02/01/1999) ...2010.
Momentos
ao viver com o coração.
Em que faz sentido,
estar nesse imenso lugar.
Em que quero fazer por amar,
em que tudo é belo ao meu redor,
o luar, o vendaval e o tilintar.
Um brinde à possível felicidade!
(18/04/2007)
A triste utopia
como ondas, estrelas, algas e silêncio.
Queria saber voar e nadar,
como pássaros, peixes, ventos e silêncio.
Queria ser como não são,
como não sei, como paixão.
Queria ser como um tom,
um tom de silêncio e um de escuridão.
Queria ser tudo de bom, ou tudo de cão,
só razão, não quero mais ser coração.
Só quero ser frieza, cansei de triste ser,
queria um mundo com amores correspondidos.
(21/05/1998 - 19:30)
Pensar ser.
o que faço, não te faz sentido,
sinto o que ninguém explica.
vou.
Pensamentos surgindo do tudo,
inconsciência que se faz concreta,
vôo, que a imaginação permite.
estou.
Sei o que me deixo ser,
o que quero aprender,
o que posso pensar.
ou.
Dentre tudo que há,
pra que saibam quem sou,
o essencial é simplificar.
ar.
Amar, sentir medo, sorrir,
chorar sem pensar, nem sentir,
(jamais mentir).
ir.
Cantar rock'n roll no chuveiro,
tomar banho quente, assaltar geladeira,
tocar bateria e dormir de canseira.
(08/03/1999) ... (31/05/2010)
Encontros com um passado presente não muito distante...no ardor do adolescer.
Se o tudo fosse real,
apagaria a luz.
Não sendo sonho o tudo,
fecharia os olhos.
Se o tudo fosse tristeza,
como seria o agora?
(Não seria todo sorriso)
Cadê o mundo? Aonde estaria?
Eu seria o nada,
o tudo, nunca seria.
Não me vejo mais aqui,
o mundo não está mais a meus pés,
será que nunca esteve?
Será que me perdi?
Pra onde foram meus amigos , meus parentes?
Cadê o mundo?
Só restou a solidão,
e essa, nem a multidão apaga.
Se eu fosse a solidão,
seria suicida.
Então, talvez, o mundo não pareceria tão alucinado.
Se eu fosse o sonho,
nunca morreria,
só assim, o tudo, sempre seria.
Sonhar é realidade,
viver, nem sempre é verdade,
chorar é necessidade.
Sorrir é sempre bom
e morrer é inevitável.
O que somos nunca morre,
morre apenas o que temos.
Somos como o mundo se faz,
sempre voltando ao mesmo lugar.
Se um dia eu for embora,
e se eu nunca mais voltar,
é porque o mundo sumiu,
ou, o sonho acabou,
e, o tudo, morreu.
Não desespere, ainda assim.
Se o mundo foi sonho e acabou,
foi porque alguém despertou.
Assim, a vida continua,
com esse que sonhou.
(12/03/1998-23:15)
sábado, 29 de maio de 2010
Mãe e papai na construção do eu
Sobre o tempo, o paladar e um segredo
Perspectivas sobre asas e flores, o amor e a morte, o mundo e o Ser.
Mundo adjetivado em substantivos plurais.
Toda perda sentida é pra refazer vontade de viver.
Quem traduz o olhar da partida?
O adeus de quem vai pra quem fica?
Nem quem viveu e viu.
O último suspiro de um ente amado é pra ser assimilado, sentido, digerido, retratado... e, no tempo transpassado, deixar a memória juntar imagens, passagens, miragens, bagagens pra sempre aperceber-se de onde nasceu um pouco do que é você.
Carinho, Anica.
ti sei sentito?
Loucuriálogos de corações voadores, no fim, sobre asas e flores.
1-Por onde você vai?
2-Olhos brilhantes por dias sem fim. Ressonância de boas companhias. Jardins, perfumes, suor...
1- Acontecerá o sossego leve de bem estar...com o tempo isso vem, com ou sem alguém...
2-Ser muito eu, sabe, muito amedronta, escandaliza.
1-Os pombos dão passos, os pardais pulinhos.
2-E nós?
1-Podemos voar.
When I look for you, I see the sunny day.
(... Enquanto meus olhos vão à procura de pessoas voando no céu, meu coração está perdido sem alguém para compartilhar a beleza de tão grande-imensidão azul ... Alguém com leveza, asas e sorrisos que me farão voar também. Asas e flores e uma vida longa-linda vida, juntos.)
MICRO-Encanto
No fim da infância ou começo do adolescer, o devir, um pequeno morrer.
A primeira espinha foi o ponto final do seu conto de fadas.
Sujeito e sujeição.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Tatuagem
descomedido, cheio de ardor.
Vasculha meus segredos corporais,
suspira avidez de fulgores carnais.
Me olha nos olhos, apressa um rumor,
de impetuoso mirar, seu olhar...
Afável rogar em disfarces dialogados,
transpira vestígios veementes-sutis.
Abre a janela, rebela o instinto,
conversa ao vento, sonhando? Dormindo?
Desperto, vigilante das minhas reações,
irresoluto, instável e extasiado.
Falamos de portas abertas, de tudo,
do todo, do modo, da vila, do céu,
rimos às graças do povo e do fel.
De uma canção a outra, o silêncio,
sepulcro de nossas ardentes intenções,
lúbricos lábios, lascivos tendões.
Me possui no reverberar,
com brando vigor, intenso cintilar,
desperto no desejo de te tocar.
Sempre detestei competições.
- Vai com deus (seja o seu qual for).
Vou no devagarinho, olhando pro horizonte, que está ali a me esperar, não importa hora, dia, palavra, o horizonte será sempre meu também.
As árvores dão frutos mais de uma vez,
todos os dias um sol nascerá,
nas noites claras há lua cheia,
gorda de luz e sabor,
as flores se espalham com passarinhos e vento,
brotando aí como cá,
na natureza há um deus em cada lugar.
No caminho mais livre, mais leve, mais solto,
estrada pisada, amassada, vivida,
mar aberto, céu liberto e coração feliz.
Do meu passo faço o compasso do meu caminhar,
do pulsar, o ritmo, cadência pra embalar,
dançar amor e suspirar amar, sorriso aberto a brotar.
Conto uma história, desfaço um mal feito,
faço um retrato das contas do tempo,
digo adeus e vou-me'mbora.
Roda ciranda, roda sinhá
continuo te amando até se esgotar
se um dia tu voltas, irei te abraçar.
Ditirambinho
aqui se come, aqui se caga
aqui se esfrega, aqui se afaga
aqui se escreve, aqui se apaga.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Poematizável
Pensamento infantil
vem aqui,
agora.
[...] espero dois segundos pela sua chegada, você não veio[...]
Tô de mal,
come sal
e vai pra Portugal.
[...] amanhã já terei esquecido essa briga fenomenal, as pazes sempre acontecem inerentes, nos quintais da infância[...]
Poematizando
Sensação inexplicável, poematizável,
bolha de ar que flutua entre o tráfego.Alheia e consciente, paradoxalmente.
Sim, me sinto assim, nesse instante...
São poucos.
Para eles, o meu agradecimento:
Insinuações a la Kundera.
Vidas plurais...
Passarinho
Monólogos devanialogados
Núvem
Resumo do dia: Eu possa me dizer do amor (que tive)
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Virtual
Com pouco se pode dizer muito,
falar é quase desnecessário,
escrever é essencial.
Posted via web from Ana Rocha
Fome noturna
Dia de confissões.
Oi, fiquei ensaiando pra falar com você...ainda tem raiva de mim? Estou numas de dizer, escrever, viver do que quero e sei...
[...]
Só quero dizer que te amei de verdade e que tudo valeu a pena, tudo mesmo. Muita memória boa se construiu e o resto, virou maturidade. É isso, um beijo.
Será que um dia ele existiu?
terça-feira, 25 de maio de 2010
Palavras virtuais, tão concretas.
No soluço do segundo suspirei você,
em estado absurdo conjuguei um "q",
um 'q', que virou verbo,
bem estar de bem querer.
"Eu e ele, eu e ela,
eu sem ele, eu sem ela
nós por cima, nós por baixo"...
(brincadeira de palmas, da infância)
Posted via web from Ana Rocha
Antiga novidade.
Hoje chorei palavras,
revi teus encantos,
fiz pose de forte,
ode em desordem,
pra você me ouvir.
Ontem andamos dispersos,
fizemos trapaças,
contando anedota,
mudamos a rota,
pra nos despistar.
Intensa vida,
de asas lustradas,
pinçados rumores,
amores fraternos,
rezando absurdos pra um deus pop star.
...
vontade de cantar...
Posted via web from Ana Rocha
Declaração descabida, mas necessária. Assim é o amor, feito de asas e flores, descabido, mas necessário...
Romantismo Adolescente
de crise insensata e carência de um mundo que não existe...
Revirando baús encontrei uns escritos de 1998...
Adolescência em chamas. Aí vai, pra quem queria,
se quem quer não há, me bastou a livre expressão!
Matraga, não é matraga, é Esteves!
A.R. ou o pequeno e a raposa
olhar
sorrir
acenar
contemplar
contentar
afagar
revelar
seduzir
saciar
fitar
suspirar
deleitar
encantar
encantar
encantar
Cativar, é revés de solidão, reciprocidade e afeição.
Posted via web from Ana Rocha
Concretude Natural
querer campo e sol poente,
selvageria resplandecente,
desejo encravado-latente.
Lancinante.
Pungente.
Estreito delirante persistente.