segunda-feira, 31 de maio de 2010

Leveluzindo

Voando sem ter asas.
[2005]

SENDo

Doce;
De carne;
De leve;
Sendo.

Vagueando, Divagando;
Feito sombra; 
Feito fogo, se inflama;

De leve;
Breve
e a deriva.
Sendo.

Oca;
meia boca;
fugidia
e apimentada.

[2004]




disperso

bolha ensaboada
voa,
leve-me
esta prece-me,
a um deus
que me conceda,
sutilezalevevôo,
de ti
bola de sabão.

[2005]

Súbito

Floresta de luz,
ave passageira-livre-ligeira,
escurececlareado enluarar.

envelhecido
maturado
imolado

quero devorar,
o gosto que tem você,
te inspirar, até amanhecer.

...

Rocha

Rocha das que repousam a beira mar,
transformando veios e formas
em movimento ondular.

Em camadas expõe-se à vista,
sem deixar de ser Rocha
tornar-se mar também.

Foi-se encanto.

A cara da mentira não tem cor,
cora na menina vermelho sem ardor
foi'se'n'canto a cotovia, a cantar o desabor.

Uma dor bem grande no peito
um dia explode e vira flor.

Vão os olhos serenando,
vem as horas capinando
e a vida brota mais amor.

(2006)

Mano velho

Na pena, na pluma
em Vôo
refrão
palavras-poemas
suspiros-quadrinhos
sorrisos-manuais
emoção-ilusão
contém-são
explosão
irmaozinho querido do meu coração.
rima
novo refrão:

o poeta maior é você.

(2007) Pro brodinho Dani Dani

Bola verde - InVADe

Minhas cantigas de roda
mais as canções de ninar
minhas bolinhas de gude
e as plumas que eu assoprar
soneca do meio da tarde
ver o sol se pôr e raiar
na viola um dedilhar
me invade de amar
só de olhar
só de olhar...

(2007) Pro Davi do meu coração.

FADO

Girassol muito amarelo
uma rosa bem vermelha
vaga-lume de bunda acesa
ver a pipa caindo na telha
café do sítio em bule francês
cachecol xadrez
sorriso maroto num lorde inglês
alegria, insanidade e sensatez.

(18/04/2007) Para o amado amigo Fêfo Delábio

A.mar.é.

Ter amor é estar en.amor.ado
A.mar, amar.avilhar
amar.elas, amar.elos
amar.anto-planta de belas flores
amar.elinha-pulos e uma pedrinha
amar.ílis-a açucena
a mar.garida-cheia de vida

Muitas coisas tem amor,
muitas outras sei amar.

Amor.a da amor.eira
amar.avilhar-se-encher-se de admiração
Vou a mar.te-a.mor.ada do amor
um.a.mar.chinha a.mor.ar no coração
o pôr do sol amar.elado-é melado
a.mar.é cheia é pré.amar o amado

O mar está cheio de amor,
está todo encantado.

A.mar.ejar - encher-se de lágrimas
a.mar.olar no bater das ondas
velejando e pensando em ti.

(2008)



Nem eu mesma sei direito

Vejo uma estrela,
como a lua cheia,
numa noite de verão.

Chuva me derrama ,
vida urbana profana,
encarnada de tentação.

Luzes tentando luzes,
queimando restos,
reles, restos, peles, restos.

Você em mim e só,
 porque nunca está aqui ou ali,
em mim, e só.

Loucura, breves palavras,
soltas em oração,
presas numa canção.

Fuga, pra correr da solidão,
rumo à isso, rumo àquilo,
rindo à improvável solução.

(02/01/1999) ...2010.

Momentos

em que sinto sorrir os olhos
ao viver com o coração.
Em que faz sentido,
estar nesse imenso lugar.
Em que quero fazer por amar,
em que tudo é belo ao meu redor,
o luar, o vendaval e o tilintar.
Um brinde à possível felicidade!

(18/04/2007)

A triste utopia

Queria viver no ar, no mar,
como ondas, estrelas, algas e silêncio.

Queria saber voar e nadar,
como pássaros, peixes, ventos e silêncio.

Queria ser como não são,
como não sei, como paixão.

Queria ser como um tom,
um tom de silêncio e um de escuridão.

Queria ser tudo de bom, ou tudo de cão,
só razão, não quero mais ser coração.

Só quero ser frieza, cansei de triste ser,
queria um mundo com amores correspondidos.

(21/05/1998 - 19:30)



Pensar ser.

Sou o que você não pensa,
o que faço, não te faz sentido,
sinto o que ninguém explica.
vou.

Pensamentos surgindo do tudo,
inconsciência que se faz concreta,
vôo, que a imaginação permite.
estou.

Sei o que me deixo ser,
o que quero aprender,
o que posso pensar.
ou.

Dentre tudo que há,
pra que saibam quem sou,
o essencial é simplificar.
ar.

Amar, sentir medo, sorrir,
chorar sem pensar, nem sentir,
(jamais mentir).
ir.

Cantar rock'n roll no chuveiro,
tomar banho quente, assaltar geladeira,
tocar bateria e dormir de canseira.

(08/03/1999) ... (31/05/2010)

Encontros com um passado presente não muito distante...no ardor do adolescer.

Necessidade

Se o tudo fosse real,
apagaria a luz.
Não sendo sonho o tudo,
fecharia os olhos.
Se o tudo fosse tristeza,
como seria o agora?
(Não seria todo sorriso)
Cadê o mundo? Aonde estaria?
Eu seria o nada,
o tudo, nunca seria.
Não me vejo mais aqui,
o mundo não está mais a meus pés,
será que nunca esteve?
Será que me perdi?
Pra onde foram meus amigos , meus parentes?
Cadê o mundo?

Só restou a solidão,
e essa, nem a multidão apaga.
Se eu fosse a solidão,
seria suicida.
Então, talvez, o mundo não pareceria tão alucinado.
Se eu fosse o sonho,
nunca morreria,
só assim, o tudo, sempre seria.
Sonhar é realidade,
viver, nem sempre é verdade,
chorar é necessidade.
Sorrir é sempre bom
e morrer é inevitável.

O que somos nunca morre,
morre apenas o que temos.
Somos como o mundo se faz,
sempre voltando ao mesmo lugar.
Se um dia eu for embora,
e se eu nunca mais voltar,
é porque o mundo sumiu,
ou, o sonho acabou,
e, o tudo, morreu.
Não desespere, ainda assim.
Se o mundo foi sonho e acabou,
foi porque alguém despertou.
Assim, a vida continua,
com esse que sonhou.

(12/03/1998-23:15)

Opiniúda

A consciência pára no dedão do pé,
me desbundo das palavras,
enquanto tomo meu café.



sábado, 29 de maio de 2010

Mãe e papai na construção do eu

Minha mãe diz que se assusta ainda hoje com as minhas expressões, que são as mesmas dele (o papai) no mover e no falar...eu não tenho essa dimensão, acredito nela e fico feliz. Engraçado que eu não tive tempo de vê-lo atuando, só frequentava os ensaios, mas vivia debaixo das cadeiras, vivendo e me reinventando no meu mundo.

Entretanto, quando ler a história que estou contando, perceberá que sim, esse parecer, é fato, mas também tenho muito de minha mãe, que é tão incrível quanto ele. Quando mamãe foi me assistir em “aquela estrela ou para quando sentir saudades”, chorou...tavez por ver em mim e com tanta intensidade, o pedacinho de meu pai que ela tanto amou...ama....(aquele exercício cênico foi a presentificação de parte dessa história).

Fato é, que esse figurinha, meu pai, era assim um bom tanto criança, adorável criança grande, já a mamãe, forçou-se tanto a tornar a adulteza maior dentro dela, trabalhou tão ardentemente em tornar-se ‘gente grande’, maior que a força da crianceza que penso necessária para uma adultice saudável...por amadmirar estes dois por igual, cada qual por seu percentual de exagero numa coisa e noutra, ecoa em mim um querer, desejo de vivenciar o inteiro exagero de cada um.
(...)

Confluindo a adultêz, reconstituindo a criancêz.

Um amigo me diz que tenho minha criança muito bem resolvida. A criança em mim se resolveu, e a mulher que cresce aqui dentro a cuida, num cuidar de si delicado, sereno, enérgico, imperiosamente, ambas se resguardam e continuam a exprimir.



Sobre o tempo, o paladar e um segredo

Frio.
O céu se vestiu.

Quente.
Desnudo e contente.

Morninho.
Choroso e sozinho.

Doce.
O dia contou-se.

Melado.
Contente e pelado.

Azedo.
Anoitece um segredo.

Perspectivas sobre asas e flores, o amor e a morte, o mundo e o Ser.

MICROenCONTrOS

1. Disse tantas vezes eu te amo, quanto antes adiára dizer. O pai, com olhos de afeto apertou suas mãos, sorriu e deixou-se ir.

2. Aninhado nas mãos de sua menina possuía o mundo. Uma só lágrima, que o tempo era pouco, sorriso sereno e um suspirar de quem vai feliz.

3. Atado ao corpo pelo fio do desejo de vê-la uma vez mais. Te amo, sussurrou a filha aninhando-o em suas mãos. Ele sorriu, pela última vez.

4. Quando eu era pequena só existia a minha rua e ela ia até a padaria. Hoje existe o mundo todo, eu não tenho mais a minha casa e me sinto ainda menor...

5. Quando eu era pequena só existia a minha rua e ela ia até a padaria. Hoje existe o mundo todo. Não tenho mais a casa, diminuí...

6. Quando eu era pequena só existia a minha rua e ia até a padaria. Hoje existe o mundo todo, pensei que eu ia crescer, reduzi...

7. Quando eu era pequena só existia a minha rua, ia até a padaria. Hoje, tenho o mundo todo e as padarias todas, aumentei.

8. Os olhos alagam quando sentem esvaziar o coração. Chora não, alguém diz. Chora sim, que o chorar é carinho transbordando.

9. Uma menina e uma dor. Outra menina e uma flor. Assim se põem a acontecer estas amizades: para duas vidas inteiras.

10. Com poucas linhas faço páginas sem fim. Algumas flores e tenho um jardim. Duas asas e já posso voar.



Mundo adjetivado em substantivos plurais.

Aditivado, atirado
Lavado, levado
Corado, encarnado
Cantado, encantado.

Tingido, borrado
Despido, rasgado
Cuspido, escarrado
Demente, cagado.

O mundo é um...e você?


Toda perda sentida é pra refazer vontade de viver.

Quem traduz o olhar da partida?

O adeus de quem vai pra quem fica?

Nem quem viveu e viu.

 

O último suspiro de um ente amado é pra ser assimilado, sentido, digerido, retratado... e, no tempo transpassado, deixar a memória juntar imagens, passagens, miragens, bagagens pra sempre aperceber-se de onde nasceu um pouco do que é você.


Deixa vir o novo tempo espacial,
começa a ganhar nova ordem,
reordem
desordem
reordem
desordem

Chora
Entristece
E volta a Sorrir.

O mundo te espera girando, também renovando, morrendo e nascendo todos os dias, a cada dia o sol é um, a lua é outra, as estrelas, todas, são novas e hoje, uma delas virou sua.

Quando sentir saudades, olha pra ela!

Para minha amiga de infância, adolescência e adultez.

Karlica, nosso céu ganhou mais uma estrela querida e nossos corações mais força de mulher guerreira, que ama, luta, labuta, sofre, chora e aprende dia-a-dia a ser feliz.

Podemos olhar pro céu juntas dia desses, relembrar momentos felizes e construir mais um tanto deles. Vai meu abraço ao vento e em pensamento, apertado, juntando nossos corações pra que eu possa passar a ti um tanto de serenidade de quem já vivenciou momento similar.

Te amo, minha amiga. 
Carinho, Anica.




ti sei sentito?

Noitedianoitedianoitedia
Dia e noite
Melodia

Noit’entedia
Dia e noite
Meio-dia

Noi – Te
Io – Lei
Lui.

Noit’em’dia
Tendia
Sapeva sapere, sabia?

Dianoite
Noi-te, adia
Entardia.

Lei e Lui
Te e noi
Voi e io, addio.

Loucuriálogos de corações voadores, no fim, sobre asas e flores.

                                                      

1-Por onde você vai?

2-Ah, a vida é feita disso, dessa substância que nos leva a agir, quereres.
1-Quereres quais, quens, comos?

2-Olhos brilhantes por dias sem fim. Ressonância de boas companhias. Jardins, perfumes, suor...

1- Acontecerá o sossego leve de bem estar...com o tempo isso vem, com ou sem alguém...
2-
Ser muito eu, sabe, muito amedronta, escandaliza.

1-Os pombos dão passos, os pardais pulinhos.

2-E nós?

1-Podemos voar.



When I look for you, I see the sunny day.

... While my eyes go looking for people flying in the sky, my heart goes lost without someone to share such great beauty of blue immensity ... Someone with lightness, wings and smiles that will make me fly too. Wings and flowers and a 'long lovely' life, together.

(... Enquanto meus olhos vão à procura de pessoas voando no céu, meu coração está perdido sem alguém para compartilhar a beleza de tão grande-imensidão azul ... Alguém com leveza, asas e sorrisos que me farão voar também. Asas e flores e uma vida longa-linda vida, juntos.)

MICRO-Encanto

No fim da infância ou começo do adolescer, o devir, um pequeno morrer. 

A primeira espinha foi o ponto final do seu conto de fadas.



Sujeito e sujeição.

Sinto volver à tessitura visível do corpo desvairado, delirantes veleidades da quadra da vida que ficou entre os primeiros assomos da puberdade e o termo completo do amadurar. Por ocasião imprevista, reafirmo meu existir e como convém que seja, no meu modo de viver, alegro-me num grau de embriagues natural, certa de não sucumbir às fugitivas intenções do adultecer, às veleidades, ao desvanecer.

Na intenção nascente de possuir, resplandecente aprazer, alimento de porvir.

Conseguinte, iminente sentir, esperançar.
Adiante, insistente refletir, tencionar.


Ao desembrulhar dos modos, esperança e razão vão na mesma mão, uma é sujeito, a outra, sujeição.




sexta-feira, 28 de maio de 2010

Tatuagem

Me possui em seus sonhos,
descomedido, cheio de ardor.
Vasculha meus segredos corporais,
suspira avidez de fulgores carnais.


Me olha nos olhos, apressa um rumor,
de impetuoso mirar, seu olhar...
Afável rogar em disfarces dialogados,
transpira vestígios veementes-sutis.


Abre a janela, rebela o instinto,
conversa ao vento, sonhando? Dormindo?
Desperto, vigilante das minhas reações,
irresoluto, instável e extasiado.


Falamos de portas abertas, de tudo,
do todo, do modo, da vila, do céu,
rimos às graças do povo e do fel.


De uma canção a outra, o silêncio,
sepulcro de nossas ardentes intenções,
lúbricos lábios, lascivos tendões.


Me possui no reverberar,
com brando vigor, intenso cintilar,
desperto no desejo de te tocar.



Sempre detestei competições.

Quando alguém quer tirar a prova da rapidez, piso no freio e digo:
- Vai com deus (seja o seu qual for).


Vou no devagarinho, olhando pro horizonte, que está ali a me esperar, não importa hora, dia, palavra, o horizonte será sempre meu também.


As árvores dão frutos mais de uma vez, 
todos os dias um sol nascerá, 
nas noites claras há lua cheia, 
gorda de luz e sabor,
as flores se espalham com passarinhos e vento,
brotando aí como cá,
na natureza há um deus em cada lugar.


No caminho mais livre, mais leve, mais solto,
estrada pisada, amassada, vivida,
mar aberto, céu liberto e coração feliz.


Do meu passo faço o compasso do meu caminhar,
do pulsar, o ritmo, cadência pra embalar,
dançar amor e suspirar amar, sorriso aberto a brotar.


Conto uma história, desfaço um mal feito,
faço um retrato das contas do tempo,
digo adeus e vou-me'mbora.


Roda ciranda, roda sinhá
continuo te amando até se esgotar
se um dia tu voltas, irei te abraçar.



Ditirambinho

"aqui se faz, aqui se paga"
aqui se come, aqui se caga
aqui se esfrega, aqui se afaga
aqui se escreve, aqui se apaga.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Poematizável



O que é merecedor de ser pintado em versos.

Beleza colorida, epopéia tingida
combinado de suaves acontecimentos
olhares amenos, ferventes, serenos
movimento 
memória
trajetória
manifesto invisível
de algo maior.





Pensamento infantil

Quero você,
vem aqui,
agora.

[...] espero dois segundos pela sua chegada, você não veio[...]

Tô de mal,
come sal
e vai pra Portugal.

[...] amanhã já terei esquecido essa briga fenomenal, as pazes sempre acontecem inerentes, nos quintais da infância[...]

Poematizando



Sensação inexplicável, poematizável,

bolha de ar que flutua entre o tráfego.
Alheia e consciente, paradoxalmente.


Sim, me sinto assim, nesse instante...



Paradoxo ser (podendo ser a la kundera também)

Te vejo um paradoxo, menino-homem,
não há quem fale mais alto. 
Isso é lindo!


Sua...talvez, Sabina.





Ainda a la kundera.


Destas coisas não se faz necessário agradecimento, foi bom pra mim também, afinal!


Sua, Sabina.

São poucos.

Poucos na política mundial, são os que cumprem seu papel com admirável senso de ética, e visível motivação juvenil no afã de transformar o universo.


Para eles, o meu agradecimento:



Obrigada, você. Por manusear seu ofício com tanta consciência e nas melhores intenções!

Insinuações a la Kundera.

Uma tarde inteira a dialogar contigo e a te olhar nos olhos.
nesse dia guardei você como amizade crescente,
essa noite, guardo seu olhar em meus sonhos. 

Insustentável sentir sem querer exalar,
tal peso se esvai no d'escrever,
retorno assim, a não pisar o chão.


Sua, Sabina.


Vidas plurais...

Voarei, que fiz disso meu ofício.
Viverei de amor e palavra,
(como já disseram).
Aí, acrescento a canção,
e nada mais me desfaz nesse mundo.

Eu, meu chapéu e pinturas internas,
divagarei em seu corpo,
desfilarei seus sentidos,
cultivarei uma flor,
e nada mais me refaz, tão lindamente quanto seus olhos.

Passarinho

Vê...a literatura e seus mistérios...

Nela, você me tem com muita frequência, as palavras são as únicas que me prendem um tanto,
de restou sou livre, mas elas me aprisionam por cativar, não para cativeiro...

Se me entendes, então, assim, passarás cada dia mais tempo comigo, a cada canção, uns minutos a mais.

Monólogos devanialogados

- J'adore!

- Fico sempre sem palavras diante de adoração

- Volatibilidade...

- Não sei dizer, nesse caso, qual sentimento que me apraz.

 - Quase inapreensível...também por isso tão desejada.

- só é certo que adoro estar contigo
   e longamente discorrer sobre temas quaisquer
   e lhe ouvir,  isso me basta de forma tão deliciosa
   que prefiro não dar nome ao sentido.

Núvem


sempre me rasgando diante de tudo,
minha vida não é um livro aberto,
porque não está encadernada.
Livro aberto.... (ninguém vê a capa!)
por isso não encaderno nunca,
folhas soltas podem voar...

Resumo do dia: Eu possa me dizer do amor (que tive)



Soneto ladrado de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atendo
(Esperarei meu amo(r) no portão todos os dias da minha vida)
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
(o acompanhando atentamente em tudo e correndo aos saltos quando me chama)
Que mesmo em face do maior encanto
(ainda que me ofereçam um grande e suculento osso)
Dele se encante mais meu pensamento.
(ao seu primeiro assovio estarei a postos.)


para: Toty, Biscuit, Bongô, Doralice, Doug, Viola, Bull, Zorro, Cuíca, Branquinha e Mel,

os mais sinceros e amáveis companheiros.

(saudade latente, latida!)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Virtual

Com pouco se pode dizer muito,

falar é quase desnecessário,

escrever é essencial.

Posted via web from Ana Rocha

CigAnices

Sou Rocha, mas tenho mais de flor, 

broto em tudo que é lugar.

 

Posted via web from Ana Rocha

Fome noturna

I
Seria cômica, se não fosse trágica.
Vacilante, assaltante, dogmática,
despudorada, aduladora e perniciosa.
Te matei! Devorei pensamentos e cuspi você.

II
Seria crônica, se não fosse pálida.
Volúpia ardilosa e sorrateira,
vestigiosa, vertente e costumeira.
Te devorei! Matei pensamentos e engoli você.







Dia de confissões.

Quem é o interlocutor? 




Oi, fiquei ensaiando pra falar com você...ainda tem raiva de mim? Estou numas de dizer, escrever, viver do que quero e sei...
[...]
Só quero dizer que te amei de verdade e que tudo valeu a pena, tudo mesmo. Muita memória boa se construiu e o resto, virou maturidade. É isso, um beijo.




Será que um dia ele existiu?

terça-feira, 25 de maio de 2010

Palavras virtuais, tão concretas.

No soluço do segundo suspirei você,

em estado absurdo conjuguei um "q",

um 'q', que virou verbo,

bem estar de bem querer.

 

"Eu e ele, eu e ela,

eu sem ele, eu sem ela

nós por cima, nós por baixo"...

(brincadeira de palmas, da infância)

 

 

Posted via web from Ana Rocha

Antiga novidade.

Hoje chorei palavras,

revi teus encantos,

fiz pose de forte,

ode em desordem,

pra você me ouvir.

 

Ontem andamos dispersos,

fizemos trapaças,

contando anedota,

mudamos a rota,

pra nos despistar.

 

Intensa vida,

de asas lustradas,

pinçados rumores,

amores fraternos,

rezando absurdos pra um deus pop star.

 

...

 

vontade de cantar...

 

 

 

 

Posted via web from Ana Rocha

Declaração descabida, mas necessária. Assim é o amor, feito de asas e flores, descabido, mas necessário...

Entre cartas e recordações, encontrei você...você sempre está. Por que? ...a lembrança de você desmorona minhas certezas, ainda não entendo o que me levou a te dizer adeus...depois daquela tarde, chorei como desde a maior perda não havia...e isso você não soube, só me viu fazer um monte de besteiras, molecagens e te magoar mais...queria te dizer, que não me arrependi, queria te ver viver, se encontrar, saber do mundo que não era o meu, nem o nosso...queria te ver olhar pro mundo que eu via em você e se admirar, e descobrir que 'quando fosse só coração', sem vestes de risos e piadas obscuras, poderia voar tão mais alto, sorrir mais honesto e se gostar mais, revelar pra si seus próprios amores, queria te ver cuidando de si...te vi...bem-te-vi...no primeiro telefonema distante, nas palavras com que se descreveu, no seu sumir de mim devagarinho e se encontrar neste si, no malabarismo do tempo, nos teus olhos tranquilos...te olhei e ouvi o coração gritar...em todos os outros amores estive a te procurar... encontrei amores outros, novos, intensos e sinceros ...ainda assim, o que ficou, como que inacabado, foi o seu...hoje te amo mais, e, a mim, também...sou mais livre, mais forte, mais sincera, segura o suficiente pra repetir você, aqui: "como numa bela história que o destino presenteia a alguns. Seríamos nós um desses sortudos escolhidos?..."aprendemos o que temos que aprender, inclusive que somos livres...às vezes desdigo o destino e enfureço por ser tão breve..."...Necessárias brevidades... O que ficou de nosso, ecoa. Lembra da certeza que tive quando te olhei pela primeira vez? De longe, sem saber quem era, de onde vinha, pra onde ia...sabiá me contou naquele instante, que o menino xadres, cachos cor de mel, pedal voador, sorriso largo, o menino era eu um pouco e seria parte de mim, seria, foi e é, inexplicavelmente especial...amo te saber amigo, amo te saber feliz, enamorado, palhaço, aprendiz...amo te saber aí e eu aqui...saber que o impossível é inexistente e a distância transponível, me faz feliz...




Sem rumores, sem temores ou preocupações...a alegria está sempre por aqui...essa é só uma parte de mim, dentre tantas, tantas e tantas...

Um afago no seu coração. Um abraço de carinho e agradecimento...por ter ido descobrir o mundo e ter descoberto você...vi em seus olhos aquele que estava escondido...

Voa menino leão, que esse mundo é seu!


Sua, infinitamente sem tempo que não faça durar,
Ana.


Romantismo Adolescente

Em dia de fúria, de fogo nas ventas,
de crise insensata e carência de um mundo que não existe...

Revirando baús encontrei uns escritos de 1998...
Adolescência em chamas. Aí vai, pra quem queria,
se quem quer não há, me bastou a livre expressão!


Adolescer

Estou em estado febril
calor que me corrói
chamas? Chamas!

Sou só delírio,
a paixão me consome,
tudo em coma,
martírio, silêncio profundo, refúgio do mundo.

Não é vida, é desalento,
tempo vagando no vento,
sonho sem segmento,
enquanto os sentidos me ardem, a face sorri.

Quando o vazio me invade,
o melhor é partir,
viver, sofrer, crescer,
aprendizes do mundo, (adolescer).

Rumor e felicidade,
sou sonho, sou febre, sou vento,
transfigurando através do tempo
sou todo contrário de tudo, o nada em absurdo.

O ser pela razão do existir,
a procura de algum pensamento,
algum sentimento,
que faça sentido.

(13/04/1998)

Matraga, não é matraga, é Esteves!



Ensaio sobre o nome do bebê. Assinado: Papai e Mamãe.

Mamãe me faria batizar Matraga, 
pois que escolheu Augusto
e os Esteves vem dela.

Papai era o único a ter certeza,
seria uma menininha, 
por isso, um nome só, certeiro.

O feminino na mesma travessia...
em proporções dos tempos do hoje,
sem muitas mortes nas costas,
uns franguinhos, mais vacas e coelhos 
que adultos me faziam engolir
e uma formiga ou outra nas brincadeiras fúnebres...

Caixas de fósforo e micro sepultamentos aos pés de flores perfumadas.

A.R. ou o pequeno e a raposa

olhar

sorrir

acenar

 

contemplar

contentar

afagar

 

revelar

seduzir

saciar

 

fitar

suspirar

deleitar

 

encantar

encantar

encantar

 

Cativar, é revés de solidão, reciprocidade e afeição.

Posted via web from Ana Rocha

Concretude Natural

Vontade de ser mais bicho do que gente,
querer campo e sol poente,
selvageria resplandecente,
desejo encravado-latente.

Lancinante.
Pungente.
Estreito delirante persistente.