quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cena real de um dia breve ou cena breve de um dia real

Personagens:

Mãe
Menina
Amigo invisível


Época: século XX, ano 1989.

Lugar: Topo de uma árvore de feijõezinhos não comestíveis. Diante da casa alta, no Alto do Mandaqui, São Paulo.

(Mãe sobre o peitoral da janela, Menina sobre a árvore da calçada)

- Pra casa, Menina, que o vento está gelado!

    - Ah, mãe, só mais um pouquinho...

-(suspiro) Venha que já se vai o sol, está tarde.

    - Mas mãe, ainda tem claridade...

- Está dito, se não vier, vou eu até aí e aiaiai!

...


Até que venha a mamãe, o tempo vai ao longe,
dura a brincadeira e o sol nunca se põe, vira lua sendo ainda sol.

...

- Nina! (esbraveja a mamãe querida)

    - Já vou mãe...

- Agora, venha!

    - Já estou indo, mãe...já...já...

...

Entre uma palavra e outra, um estar e outro, um vão de tempo largo em que a Menina via um mundo que só veêm os amigos invisíveis.
...
Entre um vão cotidiano e o lapso de realidade talhado na voz da mãe quando esbravejava, a Menina olhava um mundo só seu.

...

Telhados vermelho-terra
Terra vermelho-fogo
Fogo amarelo-sol

Folhas secas
outras quase

Vento do Sací
vozes de além-mar

Sol alaranjado no céu de algodão cinza,
cinzazulado apinhado de pontos de luzes de estrelas...

O céu quando tem estrelas é que não vai chover...isso dizia a mãe da mamãe da menina...que voltava a divagar esquecendo o vento, a noite, o sono, o ser...até o som do esbravejo vindo da janela, estremecer os sonhos e fazê-la escorregar tronco abaixo, empurrar o portão gasto-rabugento e adentrar a casa enquanto sumia de vista o amigo que só ela via...era hora de sonhar...dormindo...boa noite menina...


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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Rumando, que um dia serei.

Ir `a Roma remando, rugindo,
rumando ao castelo do rei,
rir ao vento, brincando
grunhindo, lembrando
do rumo da rima
da rua do ramo
da rama
da pena
do pato
do rio
do raio
poeta
que um dia serei.


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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

EntreTanto

Amanheço

dentes cerrados,
ossos doloridos,
corpo desmoronado,
EntreTanto,
a cor da vida me mantém em pé.

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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A arte in me.

A arte me comove
Me inflama
Me chove


Coração pulsando na boca,
vibrando na íris,

acendendo fogo nas águas do riacho manso,
soprando vendaval nas ventas do dragão mocho.



Revela alma em pedra,
faz da pedra, rocha,

transcende, fantasia.

Em realidade,

A arte me demove,
Me lambe,
Me conclui.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Eu voltei, voltei para ficar...

O dia na Chapada, na visita voada que fizemos à família do Pe há meses, deixou lembranças gordinhas, de nuvens fofas, sorvetes exóticos, feixes hipnóticos do sol na estrada, ar com perfume doce do pólen da mata, amor de mãe, de irmãos, de paidrastos, ares desses que renovam, ares de vontade de voltar...

Falando em voltar, andei sumida de mim, por uns dias, sabe quando entramos no momento caos? Aquele que acontece sempre antes de uma repaginada total, momento pré mudanças, dessas que de tão sutis e internas a gente demora a perceber, eu estive lá, mais uma vez!

Mas eu voltei, voltei para ficar (como canta o rei RoberSto CarSluis :P), voltei em versão 3.0, pronta pra outras tantas aventuras, poesias, amizades, viagens e notas de 500 euros (que além de ter um lilás lindo, eu duvido que a crise derrube).

Voltei pro blog e gosto do que vejo, enquanto eu me repaginava daqui, a Google repaginou  o Blogger de lá, estou gostando das mudanças, mais clean e mais rápido, aprovado!

Por hoje é isso, um pouco de uma pequena porção de coisas, que a gente desatina a contar quando fica tempo demais sem papear e uma memória de céu que será renovada em breve, na Chapada dos Guimarães...aguardem, eu e o Pe into the wild, in libertà, pequenas férias pra comemorar o sucesso do nosso primeiro ano de aventuras...sem facebook por uma semana, será que a gente aguenta? Duvido. rsrs...é só em Outubro, vamos  nos preparando!

até breve, amiguinhos.



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sábado, 17 de setembro de 2011

Inusitado

Um dia inusitado 
Como beijo roubado 
Presente inesperado 
Tatu bola no jardim 


Um beijo inusitado 
Como céu bem estrelado 
Abraço apertado 
Cheiro de jasmim 


Um alguém inusitado 
Como cena de cinema  
Estrelou no meu roteiro 
E ai de mim...


...Ai de mim...Ai de mim...


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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Dúvidas da infância: rascunho em 1ª pessoa

Pirulito que bate, bate
Pirulito que já bateu,

Lhe com sua
Te com tua

Quem gosta de mim é ele,
Quem gosta dele sou eu.




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