- Uma mulher capengava de uma espécie de flor aberta dentro dela. Um buquê alegre que agora se dissolvia. Vinha pingando oceano, com a alma vazia.
- Que o mato não tome conta do seu abandono! Quando foi que ela parou de cantar?
- Borboletas incendiaram seu corpo e seus chapéus. Ela se costurou com águas frias. Perdeu-se nas chuvas de dezembro, desejando um dia de pássaro ganho. Pouco a pouco as dores viraram vento e história. As memórias inconsoláveis, feitas de rochas e de nuvens, floresceram como loucas.
- Oh, céu sem prateleiras! O que é feito de pedaços precisa ser amado! (De Manoel de Barros)
- Em tardes frias, sai de dentro dela mesma pela porta da frente, distribui flores de brisa na sarjeta do desamparo. Morre e vive um tanto por dia, esvaindo palavras febris. No rodado de seu vestido de pétalas de tormento, tudo nasce e dança.
- Ninguém é mãe de um poema sem morrer um pouco, quanto mais transparente a poesia, mais a morte se anuncia. Palavras fazem miséria! Quando foi que ela começou a escrever? (E parou de cantar...[em pensamento])
- Só se sabe por emanações. Não lhe incomodam as coisas inúteis, como se a vida não tivesse utilidade alguma pra além dela mesma. Já a ouviram murmurar desencantos, contando estrelas de asas abertas: - Quem sou eu diante das palavras que me habitam?, dizia.
- Pouco a pouco as mágoas viram água...e memória. Quem morre uma vez, morre mais, a dor se configura em paz, o amor é bicho que se refaz, o amor é rabo de lagartixa, rapaz!
Inspirado em 4 goles de poesia:
Minha própria vida, que fala por si;
Um terço de livro de Manoel de Barros, folheado hoje;
O Clipe Calle 13, Latino América, apresentado por um amigo canceriano;
O Filme Elena, que me fez chorar.
Ana, a Rocha, o vento, a chuva, a flor... Amo r te, Á vida, o mar, AR.
30/11/13 * 28/07/14
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