quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Arando sonhos para plantar realidade

Agarrei um sonho com unhas e dentes, pensei que pudesse plantá-lo, mas eles são moradores do céu.

Alcei vôo e agora flutuo, não há chão onde pousar os pés, o sonho objetiva, o mundo, subjetiva.

Seguro os fios desse sonho com vontade, ganho força quanto mais me firmo, enquanto vago, contesto as verdades que assombram meu coração.

Uma voz assopra: -Vai!
Indago: -Sozinha? Como?
A voz: -Olha pro alto...Vê? O caminho...é teu...

No alto, mais azul, nuvens fofas e horizonte sem fim, colorido quente de balão de ar e muita realidade pra plantar.

Agarrei um sonho,
fui ao vento,
vieram pedras,
levei tropeços,
mantive firme,

Cerrei os punhos segurando forte,
chorei cansada,
senti saudades,
amei de novo,
fiz mais amigos,
guardei antigos.

Continuei subindo,
revirei baús,
reli cartas, telegramas, cartões,
joguei tudo fora,
lembrei de tudo,
fiquei com tudo, dentro.

Respirei profunda e longamente,
refiz poemas,
doei uns livros,
desisti de doar,
doei mesmo assim,
vendi objetos impregnados por porções de vida bem vivida.

Olhei pro sonho e me vi olhar,
as mão reclamaram, os pés também, querendo pousar,
prometi logo chegar,
duvidei,
acreditei,
prossegui.

Acho que ainda não acordei,
mas amanhã o farei,
feliz...

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