da parte feminina que devora com suavidade
Um beijo feminino que vagarosamente vaga pela orelha, chegando ao pescoço, escorregando até a nuca, tornando o corpo encantamento, boca e mãos, ao mesmo tempo, trafegando por partes distintas, prazerosamente, escrevem, no corpo dele, um momento indizível, ambos sentem o calor que chega devagarinho, se acumulando sem dispersões.
Nisso os homens pecam, descem sagazes e velozes, despendendo o sublime que se constrói desse iniciar. Ela, sem pressa, como a contemplar um precipício, imagina seu vôo, respira profundo, fixa-se agora nos olhos dele, que fervem. O dorso arrepia e estremece, sentindo o tatear na pele e o instigar nos pensamentos.
A mente é capaz de provocar reações avassaladoras e a dele, reage, não duvida, não se esquiva, se entrega. Dominado, possuído pelo gosto da suavidade intensa com que ela lhe acaricia e lhe olha e lhe beija, provocante. Ela escreve e descreve as próprias fantasias, no corpo másculo absorto e nu extasiado diante de si.
Calafrios perpassam as vértebras dos dois, preparando-os para que não haja tempo para dormir, uma noite longa e deliciosa, as carícias insistentes das suas mãos melodiosas, aliviam o ardor da paixão, incidindo sua própria sensação de gozo, sobre a pele de seu homem, menino, amante, o mantém aquecido com seu toque firme e vagaroso, e, vigoroso.
Permitindo-se possuir por ela, a faz saber que está agora supondo que ela estivesse sobre seu corpo, ele descreve em sussurros, em que parte daquelas curvas suas mãos estariam nesse momento, ele se doa em corpo e pensamento, ela o incita e regozija também, momentos que poderiam durar a noite toda, satisfazendo os dois, diversas vezes.
A pequena que antes se entregara, agora possuía, colando seu corpo ao dele, beijam-se com vontade, com deleite, sentido a pele e sentindo ainda mais o gosto, profundamente inebriados, sensações repetidas, ações repetidas, minimalistas, sequenciais, porque o sexo é repetitivo e isso os leva ao sublime, pouco a pouco, ouvem os sentimentos um do outro.
Murmurando sua voz doce, sentindo seus sentidos aflorados, seu suor, seu calor, tocando os lábios em cada pedacinho dele, esfregando seus braços, seu ventre, suas coxas, nas dele, aquecendo ainda mais essa noite em que se enxergam pela fresta da luz da rua, da luz da lua que invade o mesmo quarto de fazer amor em que se revelaram no dia da primeira vez.
Respirando forte, perto do ouvido e com gemidos suaves de um prazer intenso e crescente, as línguas com ardor do desejo de encontrar o corpo um no outro, quentes e úmidos no ensejo de se unirem no encaixe perfeito para o qual os corpos foram feitos, essencialmente quando os olhos de um corpo brilham para os olhos do outro.
Neste instante, ela o sente completamente entregue, é chagada a hora de alcançarem o céu, juntos, assim, encarnados, enternecidos, derrubam-se ao leito, e ele a sente lentamente repousar sobre sua nudez, sentem-se inteiros, por inteiro, sentem-se a ponto de ficarem sem palavras, a ponto de ficarem sonoramente ofegantes e desejosos querendo possuir eternamente um ao outro, dessa maneira, começando assim, por ela e depois, ele. A noite inteira, a vida toda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário