terça-feira, 9 de novembro de 2010

Como se houvesse aqui mesmo uma eternidade.

Decidi viver, fui caminhar diante do horizonte alto do lugar onde eu moro, nessa paisagem submerge um outro universo e uma entrada para o templo interior. Atravessei a margem densa do concreto, escorregando suave para dentro do meu coração. Passeei sob baixos galhos apinhados com flores amarelas e alí, um beija-flor a dar boas vindas, pousou diante dos meu olhos de modo que pudesse toca-lo, contive o impulso tátil, a intensidade do olhar era já suficiente.
Percebi o pulsar vibrante do mundo à minha volta nas asas insistentes do passarinho e o ritmo sereno da natureza interna, em seu pousar… por um instante, alheia e consciente a tudo, paradoxalmente, pertenci e estive autosuficiente, lapso, sem tempo ou espaço, em um não lugar…

Batendo as asas à velocidade da luz acompanho o pulso urbano dos acontecimentos e pousando duas vezes ao dia para o asseio do templo sagrado que habita em mim, vivo, como se houvesse aqui mesmo uma eternidade.

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