quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Cuida de mim, que eu tô dodói.

Arrebatada por um leve resfriado nebuloso que me fez invadir por um sentimento romântico de delirar, devaneando desavenças entre a individuação de mim - ser libertário e avoador - e um desejo embriagado de ter quem me cuide, apenas por um instante.

A melodia que me veio à mente, assustadoramente adorável e discrepante do 'eu' que hoje grita mais forte, um outro 'eu' que um dia sobressaia, um dia...num adolescer platônico e eternamente apaixonado...romance imprudente do necessitar de um outro ser (já não sendo criança)...mas, hoje, só por um instante, desejei que alguém me cuidasse...mais de perto, com mais constância...

Tempo de bruscas mudanças...é o corpo se adaptando aos novos universos.

Depois de um banho frio, me voltou à tona, à pele, o calor gerado nas veias, desses que aquecem o coração por si só...então, cuidei-me e busquei a tal melodia para ninar o vozerio dos tempos remotos, encontrei calmaria e um mundo imaginado em que ninguém cresce e necessitam de um outro a cuidar de si para todo o sempre, um mundo de crianças que vivem toda adultice possível na confortável veracidade de necessitar de um outro ser para continuar a vida...

Malucos os caminhos do inconsciente, me lembro agora de uma faixa de vinil que eu escutava incansávelmente...incansávelmente bregas, as lembranças de hoje!


Cuty, cuty, brega 5 vezes e eu curtindo, alguma objeção? Licença, vou ouvir de novo a melodia...



Essa é da época em que Xuxa era (deixa pra lá), afinal, eu ainda não me desfiz da coleção de LP's da rainha dos baixinhos. Sobre essa música, era a abertura que eu ouvia incansávelmente, com todo cuidado do mundo voltava com a agulha para o início da faixa, de novo, de novo e de novo...até que num dia qualquer no auge dos meus 6 aninhos, um dos primos (são 3 primos, irmãos e eu, numa escadinha), o do meio, com um sorriso diabólico no rosto colocou o dedo sobre o braço da agulha e soltou  o peso da mão...ainda hoje o vinil pula no meio da frase...imagina o quanto eu chorei? Mas graças ao primo Caco, me livrei desse vício a tempo e passei a ouvir Menudos...ô época caótica os tais anos 80!


"Já que eu não posso brincar, fica combinado assim, até isso tudo passar, quero você perto de mim"...

Bom, vou ficando por aqui, ouvindo mais uma vez isso tudo só pra ver o que acontece internamente, experimentos conscientes com o inconsciente... o post de hoje parece ter ficado caótico, mas apenas segui a trajetória das lembranças da última hora e as objetivei por aqui, pra compartilhar com você, que por vezes me cuida, num abraço, num bom dia, num convite pra almoçar, num recadinho inesperado, num cafuné surpresa, com palavras bonitas, com músicas presenteadas, com um sorriso aberto, com um olhar sereno, com um suspiro profundo, em fazer-se presente no meu existir...obrigada, amiguinhos, pelo zelo, pelos pequenos gestos, que fazem toda a grande diferença!

Os primos nos chiques anos 80... keké, Caco, Babe e Nina


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