sexta-feira, 25 de junho de 2010

Menina Nina









Uma cidade vazia, estranha, nunca, jamais visitada em outra ocasião, e nela, meus olhos encontraram uma pessoa muito parecida contigo, você me encarava também e eu sabia que pensava o mesmo, se era mesmo eu, ali, à sua frente, tão perto, depois de tanto tempo e de tantas mágoas.
Eu, em impulso de coragem, me aproximei e indaguei em bom tom o seu nome: Ana? Você, exclamando, expressou o meu, e se colocou a falar, e falar sem pausas, sem ar, como quem busca motivos pra um encontro assim, racionalmente despropositado.
Levei o dedo aos seus lábios e me coloquei novamente em passo de braveza, "sshhiiuu"...nasceu daí um beijo, tão bom...e ficamos os dois, perplexos fixos nos olhos um do outro, por um longo tempo, nos estranhando da época em que éramos um e nos perdemos nesse abismo de um ser que não existe por ser dois em metade.
Começamos a nos reconhecer inteiros, desse tempo em que nos distanciamos, novos e inteiros, nós, complementos, não metades, nossos olhos brilhavam, intensos, a pele suada, quente, desejosa, com uma só vontade agora, a de tocarem-se de lembrar o tato uma da outra.
Você me deu um beijo, então, nossas mãos se agarraram, e por encanto do mundo e pra meu desencanto, você foi desaparecendo de mim, como o gosto do seu beijo que eu sinto, mas quase não me lembro, porque esse devaneio foi como os sonhos dos quais a gente acorda sentindo o gosto, o cheiro e a saudade de uma pele conhecida.
Ah, senhorita de um charme ao qual nunca resisti, te amei, e sempre vou te amar, guardando só boas lembranças de nós, me restaram a saudade e as coisas que fazem falta, quantos sonhos, e nostálgicos, que me tentam ao ilícito ato de te buscar e despertar de novo, enfim, esse gosto teu, dentro de mim.
Suspiro leve, até breve, boa noite menina Nina, venha me visitar, vou dormir e te esperar, que assim, nos sonhos, ninguém pode nos proibir de realizar o inimaginável e neles, eu serei infinitamente, o grande amor da sua vida...para sempre...



Assinado, seu menino azul.


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