sábado, 29 de maio de 2010

Mãe e papai na construção do eu

Minha mãe diz que se assusta ainda hoje com as minhas expressões, que são as mesmas dele (o papai) no mover e no falar...eu não tenho essa dimensão, acredito nela e fico feliz. Engraçado que eu não tive tempo de vê-lo atuando, só frequentava os ensaios, mas vivia debaixo das cadeiras, vivendo e me reinventando no meu mundo.

Entretanto, quando ler a história que estou contando, perceberá que sim, esse parecer, é fato, mas também tenho muito de minha mãe, que é tão incrível quanto ele. Quando mamãe foi me assistir em “aquela estrela ou para quando sentir saudades”, chorou...tavez por ver em mim e com tanta intensidade, o pedacinho de meu pai que ela tanto amou...ama....(aquele exercício cênico foi a presentificação de parte dessa história).

Fato é, que esse figurinha, meu pai, era assim um bom tanto criança, adorável criança grande, já a mamãe, forçou-se tanto a tornar a adulteza maior dentro dela, trabalhou tão ardentemente em tornar-se ‘gente grande’, maior que a força da crianceza que penso necessária para uma adultice saudável...por amadmirar estes dois por igual, cada qual por seu percentual de exagero numa coisa e noutra, ecoa em mim um querer, desejo de vivenciar o inteiro exagero de cada um.
(...)

Confluindo a adultêz, reconstituindo a criancêz.

Um amigo me diz que tenho minha criança muito bem resolvida. A criança em mim se resolveu, e a mulher que cresce aqui dentro a cuida, num cuidar de si delicado, sereno, enérgico, imperiosamente, ambas se resguardam e continuam a exprimir.



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