sábado, 10 de outubro de 2009

"Amizade é amor que nunca acaba...e nunca se sabe quando começou..." Um fato cinematográfico!

E quando você descobre que alguém que conheceu 'ontem' te acompanha há muito mais tempo do que vocês imaginavam?

Estiveram por 10 anos caminhando lado a lado e só se encontraram ao olhar para o Essencial ao mesmo tempo, em outra cidade, outro momento, outras circunstâncias.

Nádi, esse é para você...e para o universo que conspira desde há muitos anos para o florescer da nossa amizade.

URDIDURA DO  UNIVERSO - conspirando a favor da amizade.

1 - As Meninas

No ano de 1995, estava Nina cursando a 8ª série do primeiro grau na escola Estadual Santos Dummont, na gigantesca cidade de São Paulo, e lá, em alguma sala ao lado, uma outra Menina que ali estudava desde bem pequena.

O ano de 95 marcou a existência de Menina Nina com fatos trágicos (mas essa história é para outro dia), enfim, fatos que a fizeram permanecer ali por apenas um ano...em que Nina e a Menina ao Lado compartilharam longos momentos de diversão adolescente,  passeios, festas culturais, recreios, amigos, formatura de 'primeiro grau', só não compartilharam o olhar, naquele momento nem se aperceberam da existência uma da outra.

As Meninas se distanciaram espacialmente, Nina foi morar no interior do estado de SP e Menina  ao Lado, companheira de estrada, também se mudou com a família para uma cidade menor, não a mesma - isso seria extremamente impressionante - mas uma cidade quase ao lado.  (note que até aqui elas conviveram intensamente, mas não aproximaram seus olhares, ainda não nasceu a amizade)

[...] Poucos anos se passaram [...]  

2 - As meninas tornam-se jovenzinhas.

Colegiais...cursinhos...vestibulares...porque razões teriam as Meninas Moças optado pela mesma universidade?

Meados do ano 2000,  o século XXI se aproximava, grande expectativas, o que seria das Jovenzinhas Visionárias que tão cedo decidiram trilhar a estrada do autoconhecimento partindo em busca de uma  identidade própria? Afrouxando os laços familiares e correndo  na estrada do inesperado...a juventude percorrendo os dias no Centro de Ciências Humanas de Universidade Estadual ... uma cursando Artes, a outra, Letras. Novamente o que as separava era um pequeno espaço, o espaço do tempo de amadurecimento da visão do Essencial, o espaço de alguma parede, e as vezes nenhuma, o espaço do silêncio de amadurecer.

As Jovenzinhas de nossa história, nestes tempos universitários, compartilharam muitas vezes mais. Amigos, festas, músicas, viagens, paqueras, ideais, compartilharam profundamente o precioso silêncio dos que se sentem estranhos no universo presente. Cresceram, a Jovem do Lado teve uma linda Bebezinha, uma nova família se formara, ela estudava latin em suas Letras Vernáculas, já a Jovem Nina se aventurou pelos palcos teatrais da cidade, se embrenhava em Stanislavisky e Grotowski, os russos teatrais, com vestígios clownescos tirou riso e lágrimas....Caminharam pela mesma estrada, uma em cada margem, plantando e colhendo diferentes flores.

Ano qualquer do novo século, dia qualquer no calendário, as jovenzinhas chegam àquela parte da estrada em que se deve escolher, ir para um lado ou para outro, o caminho se bifurca ... silêncio profundo...

[...]  

3 - Juventude estendida.

Vasculhe sua memória caro leitor, lembre: não eram jovens quaisquer, eram visionárias, queriam encontrar um mundo no qual sentiriam prazer em compartilhar, no qual poderiam abrir suas asas criativas e expressar as luminosidades que carregaram desde cedo dentro do coração e também da razão, um universo no qual todas as pessoas estivessem dispostas a vivenciar grandes transformações, em prol do bom relacionamento entre os seres humanos.

O caminho escolhido pelas jovenzinhas foi então, o inesperado, o de dentro, o jardim mais colorido, perfumado e resplandecente que permeava o lado de lá e o lado de cá. Um caminho  densamente florido e encantador. No entento de descortinarem seu universo interior as Meninas, Jovenzinhas...Mulheres, enfim conectam-se à existencia mútua, se olham, se comunicam, se observam, se aproximam, enfim  deixam brotar a amizade.

 (Enfim a amizade)

4 - No caminho do auto conhecimento.

Tendo travado contato com uma filosofia ancestral, de raízes matriarcais, sensoriais e desrepressoras, descobrem o que os seus momentos de silêncio há tanto desejavam encontrar...

..que ao movimentar suavemente as Mãos, em Gestos Libertadores, abririam espaço sutil e suficiente para transmutar seu interior e percorrer este novo rumo desconhecido porém encantador. A cada novo gesto a feminilidade vem ainda roçar seus corpos, despertando a consciência do sentir. Cores e luzes transbordam de seus pensamentos, em agradecimento ao instante vivenciado, ao jardim e aos que por ele passaram semeando  lírios, rosas, jasmins, tulípas e todo tipo de delicadeza.

[..] Desvendando universos interiores encontram seu essencial [...]

O olhar da Menina de lá encontrou o olhar da Menina de cá e sem saber que antes já haviam caminhado juntas, observam elementos externos, extrovertidos, verbalizam, vocalizam, extravasam e vibram, agora juntas, mãos unidas, já podem fechar os olhos, nunca mais se  perderão.

Tornam a vislumbrar a essência, vibram em ressonância consigo, com o Lá e com o Cá. Sentem a brisa, e a tomam para si, tornam-se a brisa, o vento e o vendaval. Sentem o calor dos raios de sol, dinamizam, transformam, expressam, multiplicam, emanam seu próprio calor iluminado e seguem num dançar fluido como as águas, firme como as rochas, leve como o vento, denso como o solo, intenso como o fogo, suave como o efêmero etéreo ... assimilam, reverberam ...

Voltam o olhar para dentro de si e lá encontram uma à outra, porque assim, na essência, são parte de um todo são o mesmo, são unas...apesar de do lado de fora ocorrerem intensas e suaves diferenças...


Uma homenagem ao tanto que eu te gosto, após 4 anos de amizade construída cautelosamente, desde que resolvemos saltar com os dois pés, a cabeça e tudo o mais no que hoje chamamos de Nossa Filosofia, quem diria que  um dia desses, sabe-se lá por que razão, (talvez razões nem expliquem esse tipo de acontecimento)  descobrimos que há mais de dez anos já havíamos estado nos mesmos lugares, com os mesmos amigos, na mesma escola, na mesma formatura, nas mesmas cidades, nos mesmos registros dessa época de infância adolescente...e depois na universidade...e enfim na escola do Método que hoje praticamos e ensinamos.

Até parece uma história inspirada na vida de Santos Dummont, com suas idéias libertadoras de ver o ser humano voando como os pássaros.


Anica Rocha
Instrutora do Método DeRose, a Nossa Cultura.

"Por uma reeducação comportamental que contempla essencialmente o bom relacionamento entre os seres humanos e tudo o que está relacionado a isso".

Um comentário:

  1. Que história linda! Depois de tantos anos quase se conhecendo não parece mero acaso que vocês estejam morando juntas. Tudo de bom para vocês..
    Beijos.

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