Sonhei uma moça de cabelos pretos como cajau, como carvão, como cacau, ondulados, soltos como vendaval. 
Moça com saia de flores, de rodopiar, 
que cobre as canelas e descobre o perfume do luar em cada passo dançado, no compasso do seu próprio cantar. 
A moça sorria uma larga felicidade, malemolente, vagarosa, toda prosa e poesia nos olhos de quem a via. 
Fitas, firulas, flauta, violão 
Anéis, bandolim, tilintar
de sonhos e sons, sonhos
e sons azuis. 
Azul grave, costurado por sutilezas (sim)tilantes das memórias da moça feliz.
AR. 
Ana Rocha 
(Para Eliana Rocha em resposta a Estrelas Azuis)